A variação cambial no Comércio Exterior tem a capacidade de tirar o sono dos empresários que negociam de forma global. No entanto, o risco que a moeda estrangeira oferece também pode ser encarado como uma oportunidade.
Além de conhecimento é preciso muita prudência para se beneficiar da tão temida volatilidade.
Confira neste texto as nossas dicas para se dar bem nesse contexto que exige atualização constante.
Por que ocorre a variação cambial das moedas?
Se antes as gafes no mundo dos negócios eram “abafadas” e publicadas tardiamente, hoje, a novidade se espalha muito rápido. Em questão de minutos mobiliza multidões a ponto de deixar todo mundo sabendo dos detalhes que anteriormente não eram contados, como quais são as empresas cuja ações estão em queda e os mil motivos que justificam tal situação.
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Todo esse movimento na bolsa de valores pode resultar em variação cambial, mas expectativas como tensões políticas, investimentos no país, níveis de consumo, poder aquisitivo e a própria crise sanitária da Covid-19 podem indicar se a flutuação cambial será agressiva ou branda para o próximo período.
Como se preparar para a variação cambial no Comércio Exterior?
Não é novidade que os avanços tecnológicos da última década têm favorecido a comunicação, que por sua vez colabora para as reações quase que imediatas aos estímulos do mercado internacional.
Estar atualizado sobre os movimentos econômicos também é uma forma de preparação, pois assim é possível perceber as expectativas quanto ao futuro dos investimentos. São essas mesmas expectativas que orientam a capacidade que as empresas e os governos têm de honrar suas dívidas.
Vale ressaltar que nem todos os países assumem a mesma postura frente às oscilações da moeda. Portanto, a taxa de câmbio pode ser regulada pelo governo ou não. Isso vai depender das regras do regime cambial definido pelas autoridades de cada nação.
Vamos tratar sobre esse assunto nas próximas linhas. Acompanhe:
O que é regime cambial?
A moeda de referência para a economia mundial é o dólar americano, o que significa que a comparação entre a moeda local e o dólar é incontestável. Ou seja, a avaliação é feita para compreender quantas unidades de moeda local podem comprar uma unidade de dólar.
Nesse sentido, cada governo pode escolher interferir na avaliação da sua moeda ou não. Isso se chama regime cambial.
Existem três regimes de câmbio, conforme a seguir:
- Câmbio de livre cotação ou flutuante: Este é um regime em que o governo considera a relação oferta X demanda. Ele não define a taxa de câmbio, tolerando assim a oscilação das moedas. Atualmente a economia brasileira opera neste formato.
- Câmbio fixo: O governo influencia diretamente na taxa de câmbio a ponto de estabelecer os critérios deste movimento, que usualmente estão relacionados ao controle de inflação. Vale lembrar que a economia brasileira já operou dessa forma no passado.
- Câmbio de bandas: O governo admite certa variação cambial, mas não permite a livre oscilação entre as moedas e age de maneira taxativa impondo os limites da taxa de câmbio.
Como mencionamos, a economia brasileira opera no regime de câmbio flutuante e isso significa que o governo não regula a taxa diretamente. Entretanto, se a moeda oscilar de um jeito brusco, é aceitável que as autoridades alterem a referência da taxa de juros na tentativa de controlar uma possível inflação desenfreada. No Brasil a taxa de juros mais importante é a Selic.
A Selic é a taxa básica de juros da economia. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação. Ela influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
Atenção com o Spread e taxas ocultas
É sempre bom ter em mente que operações financeiras que envolvem adiantamento de recursos, por exemplo, ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio) e ACE (Adiantamento sobre Cambiais Entregues), estão sujeitos à aplicação de Spread.
Além do Spread existem outras taxas a serem consideradas, tais como tarifas, registros e tributos que são características de operações financeiras internacionais.
Entender o padrão de cobrança das operações mais importantes do seu contexto é fundamental. Então, depois disso, poderá partir para as análises comparativas, visto que cada banco tem suas próprias tarifas.
Utilize Hedge Cambial
Empresas atentas que não querem ficar expostas aos riscos da variação cambial podem utilizar um poderoso instrumento de proteção de câmbio chamado hedge cambial.
Na prática, é um produto financeiro que pode ser contratado para “travar” o câmbio e, assim, ter o controle da situação.
“Hedge” significa proteção e, portanto, sua aplicação consiste em contratar um câmbio fixo com o objetivo de eliminar, ou pelo menos diminuir, os riscos de flutuação da moeda ao qual a empresa se expõe sempre que compra ou vende no mercado internacional.
Vale ressaltar que, como todo produto financeiro, o hedge tem custo. Ou seja, quanto mais lucro se pretende obter, maior será o seu custo.
Tenha uma conta no exterior
Para empresas que contam com operações maduras no mercado internacional, ter uma conta bancária no exterior pode ser uma boa opção a ser considerada para fugir da exposição à variação cambial no Comércio Exterior.
Obviamente essa é uma decisão que deve ser muito bem analisada, pois abrir uma conta bancária em outro país não é algo simples. Os critérios costumam variar de banco para banco, mas sempre envolvem análise prévia de crédito e uma boa quantia inicial mínima, como a exigência de um depósito inicial em torno de 100 mil dólares.
Desenvolva um pequeno grupo de bancos e corretoras confiáveis
Para evitar concentrar todos os contratos de câmbio em um único banco ou corretora é sempre bom ter relacionamento com mais de uma instituição financeira. Por isso recomendamos fortemente que se tenha no mínimo três opções.
Não é raro nos depararmos com empresas que evitam falar sobre dinheiro, concentrando todo e qualquer assunto relacionado a finanças a um único banco e uma única pessoa que a represente, usualmente um gerente ou um dos sócios. Esse tipo de atitude colabora para que a escassez se instale na cultura da organização, de maneira que nem mesmo o time financeiro é capaz de opinar sobre as estratégias do setor.
Portanto, dê tempo ao seu time financeiro para pesquisar as opções disponíveis no mercado e desenvolver um relacionamento.
Esteja atento, pois muitos bancos e corretoras investem em educação financeira oferecendo treinamentos acessíveis e disponibilizando materiais gratuitos para nutrir a comunidade de clientes.
Execute seu planejamento para enfrentar a variação cambial no Comércio Exterior
Até agora falamos sobre as maneiras de compreender sobre a exposição à variação cambial e como abordar esse tema no planejamento estratégico para evitar que ações desorganizadas prejudiquem os rumos da sua caminhada. Contudo, é preciso agir.
Assim como planejar exige pesquisa, executar exige atitude. Lembre-se que a prática cuidadosa proporciona um cenário de trabalho em prol da melhoria contínua.
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