A exportação é uma das atividades comerciais mais importantes para a economia de um país, desta forma, é indispensável ter um planejamento bem estruturado para atuar nesta área. Nesse artigo vamos entender melhor como funciona um fluxograma de exportação.
O fluxograma de exportação que será apresentado neste artigo tem como objetivo auxiliar exportadores a superar barreiras, reduzindo custos e gerando mais lucro para suas operações de exportação.
Para que o processo de exportação ocorra adequadamente, algumas etapas do fluxograma de exportação devem ser respeitadas e cumpridas. Quais são as etapas que compõem a sequência operacional de trabalho antes da venda ao exterior?
Estudo da viabilidade da exportação – Fluxograma de Exportação
Imersão
O passo que definirá o sucesso das exportações de uma empresa é a definição dos reais objetivos dessa empresa ao se internacionalizar. Segundo o especialista Nicola Minervini a empresa não deve exportar para tentar sair de uma crise, gozar da alta do câmbio, fazer testes de lucratividade ou imitar concorrentes – ela deve exportar se possuir capacidade exportadora.
Para saber se a empresa possui ou não capacidade exportadora, que não é sinônimo de capacidade de produção, é necessário iniciar a coleta de dados que servirão para o estudo e análise de mercado.
O estudo baseia-se em entender como o produto ou serviço que a empresa produz se adaptará em determinado país. Para isso, é necessário conhecer hábitos, culturas, tradições, quantidade de habitantes, quantidade de consumidores, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Medição de Desigualdade Social (GINI), aceitação por novos produtos, leis, políticas, economia, concorrência local e muitos outros fatores que podem ser analisados.
Negociação e viabilidade financeira
A negociação é uma importante etapa para verificar a viabilidade financeira da operação, são diversos players com os quais o exportador tem a oportunidade de negociar, tais como despachantes aduaneiros, agentes de carga, trading companies, transportadoras e o próprio comprador, com quem negociará condições de pagamento da mercadoria, frete, responsabilidades e INCOTERMS.
No momento de negociação, além de definir condições financeiras e de responsabilidade, é importante conhecer possíveis benefícios que possam existir na operação, a exemplo dos regimes especiais e acordos comerciais, que podem tornar a operação mais econômica ou até mesmo mais simplificada.
O exportador conseguirá obter informações, valores e condições por parte de seus fornecedores, de órgãos anuentes e autoridades apenas após fornecer-lhes algumas especificações sobre a sua mercadoria, como origem e destino, peso, volume, dimensões, quantidade de mercadorias e Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
Normas Nacionais e Internacionais
- RADAR:
É exigência da Receita Federal brasileira que a primeira coisa que o exportador precisa para iniciar sua operação logística é a criação do RADAR ( Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros), que é, em suma, a habilitação para que a pessoa jurídica possa operar no Comércio Exterior.
- Emissão de documentos
Após a negociação de frete internacional com o agente de cargas e todos os dados do embarque em mãos, o exportador ou a empresa contratada por ele, deve emitir os seguintes documentos, dentro dos prazos acordados com as transportadoras e autoridades: Nota Fiscal, Invoice, Packing List e Conhecimento de Embarque.
- Licenças e certificados de Exportação
Os órgãos anuentes são responsáveis por averiguar se as mercadorias que serão exportadas estão de acordo com o que diz a legislação. O módulo LPCO está no Portal Único junto com a DU-E, e a autoridade possui até 30 dias para deferir ou não o pedido de licença.
Para não existir surpresas, é necessário simular o tratamento administrativo da mercadoria, consultando através da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).
- Declaração Única de Exportação
A elaboração da DU-E é realizada através do Portal Único e deve ser elaborada através da Nota Fiscal de Exportação, ela substitui o antigo RE (Registro de Exportação), a DE (Declaração de Exportação) e a DSE (Declaração Simplificada de Exportação).
Atenção para alguns detalhes:
- Após emitida, a DU-E possui a validade de 15 dias, ou seja, o exportador tem 15 dias para seguir com o fluxograma de exportação.
- A mercadoria só poderá ser desembaraçada se a licença de exportação for deferida.
- Câmbio de Exportação
Como o livre curso de moedas estrangeiras não é permitido no Brasil, todo o montante recebido do exterior pelas exportações deve ser convertido em moeda nacional por meio da venda da moeda estrangeira.
O contrato de câmbio deve ser realizado com instituições como bancos e corretoras regularizadas pelo Banco Central, para isso é necessário documentações que se referem a mercadoria e a negociação entre importador e exportador.
Os exportadores e players do Comércio Exterior devem se atentar, pois muitas vezes além do ptax cobrado é somado um spread para corrigir as flutuações cambiais.
- Reserva de praça ou booking:
O agente de carga realiza o booking (ou reserva de praça) com a transportadora que irá coletar a carga, e com a companhia aérea ou marítima. Na sequência, serão definidos alguns prazos, também chamados de deadline. Toda documentação exigida para a exportação e a carga deverão estar prontas dentro desses prazos, caso contrário haverá multas ou cobranças de armazenagem (se a carga já estiver em propriedade de terceiros).
- Coleta da carga e recepção da carga no terminal:
Após a reserva, preparação das documentações e da carga é agendado a coleta da carga e entrega na mesma no terminal de embarque, onde aguardará com o depositário até ser apresentada para o despacho aduaneiro.
- Apresentação da carga para despacho aduaneiro:
Após a coleta da carga e sua entrega no terminal portuário ou aeroportuário, aguarda-se que ela seja liberada pelas autoridades. “Toda mercadoria destinada ao exterior está sujeita ao despacho de exportação
Na exportação a parametrização pode acontecer nos canais verde, laranja e vermelho.
- Entrega da carga para a transportadora:
Por fim, a carga é liberada, se parametrizada em canal verde e entregue a transportadora que realizará o transporte internacional.
- Follow up:
Após a liberação, a carga será embarcada conforme combinado com a companhia de transporte, a comunicação e atualização para o comprador, neste ínterim, é muito importante, pois haverá procedimentos burocráticos que ele precisará cumprir no destino.
- Chegada do embarque:
Na chegada do embarque o importador e seus representantes no destino são responsáveis por seguir as normas internacionais e realizar procedimentos burocráticos para a entrada da mercadoria no país.
- Pós-venda:
A boa comunicação com o comprador após a venda é de suma importância. Mostrar-se interessado em saber se o embarque chegou dentro do prazo esperado, se a mercadoria estava completa, se houveram avarias ou danos na carga, se a liberação foi rápida ou demorou no destino. Estas atitudes fortalecem o relacionamento e a lealdade entre as partes contratantes.
Planejando próximos embarques
Para melhorar cada vez mais a qualidade do produto ofertado à determinada nação é necessário muito estudo e análise da mercadoria e de sua aceitação, e a tecnologia é uma excelente aliada para isso! Com experiência e bons fornecedores é possível reduzir os custos e riscos das operações, aumentar lucro, otimizar o tempo e controlar muito melhor cada processo.
Com um processo tão extenso e complexo, contar com um sistema para gerir cada etapa da sua exportação pode ser a melhor opção para sua empresa. Por isso conte com a Conexos e aumente sua competitividade no mercado, agende uma demonstração.
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Artigo escrito por Kauana Benthien A. Pacheco Kauana é formada em Negócios Internacionais e cursa pós-graduação em Big Data & Market Intelligence. É fundadora da página de conteúdo sobre Comércio Exterior, a ComexLand, onde escreve sobre Economia Global e Comércio Internacional.