A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado realizou uma audiência pública para discutir os efeitos das medidas antidumping sobre a importação de folhas metálicas de aço da China, implementadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Enquanto representantes do setor defendem a prática como necessária para combater preços desleais e proteger a indústria nacional, outros alertam para o impacto nos preços ao consumidor e no abastecimento de produtos essenciais, como alimentos enlatados. Segundo Thais Fagury de Sá, presidente da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), a medida pode elevar o custo de itens básicos em até 5,1%, afetando principalmente famílias de baixa renda.
Rafaela Noman, do Departamento de Defesa Comercial do MDIC, destacou que as medidas antidumping seguem normas internacionais da Organização Mundial do Comércio (OMC) e são adotadas globalmente para garantir práticas comerciais justas. Porém, críticos, como o professor da USP Yi Shin Tang e o empresário Ítalo Renda Filho, apontaram que o monopólio da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no mercado nacional e a falta de conformidade de seus produtos com algumas demandas específicas tornam as sobretaxas controversas. Para Tang, as empresas podem continuar dependendo de importações devido a essas limitações, mesmo com a imposição de taxas.
Diante das divergências, o senador Jorge Seif (PL-SC) propôs a realização de uma nova audiência para aprofundar o debate, reunindo representantes do setor público e privado. A discussão busca equilibrar a proteção à indústria nacional com a necessidade de evitar aumentos de custos que possam penalizar o consumidor final. A complexidade do tema reflete os desafios de harmonizar medidas protecionistas com as exigências de um mercado globalizado.