Como já falamos no artigo anterior, o ano de 2021 foi marcado por um recorde de superávit na Balança Comercial Brasileira. Os valores de exportações superaram em 21,1% em relação ao ano anterior das importações brasileiras.
No total, 2021 ultrapassou 2017 como o maior índice de exportações e o saldo da Balança Comercial de 2021 foi de US$61 bilhões.
As importações brasileiras somaram em média US$219,4 bilhões, enquanto as exportações US$280,4 bilhões. Isso significa que o país 38,2% a mais que no ano de 2020.
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Apesar do recorde de superávit na balança comercial, o valor é menor que o previsto pelo Governo, que projetava um total de US$70,9 bilhões de saldo.
Ao longo do texto, iremos destacar de onde compramos mais produtos, quais os produtos mais importados pelo Brasil e a aplicação dos mesmos.
5 principais origens das importações brasileiras
Conforme vimos, o valor das importações brasileiras no ano de 2021 chegou a US$219,4 bilhões e houve também alta nos preços (14,2%) e quantidades importadas (21,8%).
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Atualmente, as importações brasileiras fazem o país ocupar a 29ª posição no ranking de países que mais importam no mundo.
De acordo com os dados disponibilizados no portal ComexVis, as cinco principais origens de produtos comprados pelo Brasil de janeiro a dezembro de 2021, são:
China
O gigante asiático, principal parceiro comercial do Brasil, foi responsável por uma participação de 21,8% do total das importações brasileiras.
Em relação ao ano de 2020, isso representa um crescimento de 36,7%. O valor FOB foi de 47,7 bilhões de dólares americanos.
Estados Unidos
Os Estados Unidos venderam para o Brasil um total de US$39,4 bilhões de dólares em valor FOB, um aumento de 41,3% no mesmo período de 2020.
A participação do país foi em torno de 18% dos valores totais das importações brasileiras e a variação absoluta chega a US$11,5 bilhões.
Argentina
Com surpreendente variação de 51,3% quando comparados os valores de importação de 2020, nosso vizinho teve participação nas mesmas operações de 5,45% e os valores FOB somam US$11,9 bilhões.
Alemanha
Já na Europa, as operações brasileiras de compra de produtos tem números parecidos com o anterior na lista.
Com participação de 5,18% nas importações brasileiras, o Brasil importou da Alemanha um valor FOB aproximado a US$11,3 bilhões. No entanto, a variação foi cerca de metade da Argentina, um total de 21,1%.
Índia
Importamos da Índia um valor FOB total de 6,7 bilhões de dólares americanos.
Apesar de uma pequena participação (3,072%) nas importações brasileiras, quando comparamos com a primeira posição da lista, o Brasil comprou muito mais que no ano passado. A variação de 2021 para 2020 foi de 61,5%.
5 principais produtos importados para o Brasil
Em geral, os aumentos na importação são marcados principalmente pelos setores de insumos e produtos intermediários (45,7%) – como insumos agrícolas, eletroeletrônicos e petroquímicos -, setor de medicamentos (77,1%) – vacinas e combustíveis.
Abaixo iremos descrever os 5 principais produtos mais importados para o Brasil:
Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos)
Na primeira posição encontram-se Adubos e Fertilizantes Químicos, com US$15 bilhões de valor FOB, o que representa 6,9% das importações brasileiras. A variação em comparação ao período de 2020 foi de 89%.
Enquanto o adubo é derivado de matéria orgânica natural e ajuda diretamente na nutrição do solo, os fertilizantes químicos são compostos sintéticos que servem como complemento dos adubos e agem diretamente nas plantas.
Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos)
O segundo lugar é ocupado por óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, dois exemplos comuns são o alcatrão e o asfalto.
Com uma alta variação (81,9%), estes produtos possuem taxa de participação de 6,1% nas importações brasileiras – com valor FOB de 13,4 bilhões de dólares americanos desembolsados pelo Brasil.
Demais produtos (indústria da transformação)
Termo que engloba vários insumos, a indústria de transformação ocupa a terceira posição no ranking de produtos mais importados para o Brasil e representa 4,4% do total de importações brasileiras.
Fazem parte dessa categoria as indústrias de plástico, alimentos, bebidas, metalúrgica, química, farmacêutica, têxtil e outros.
A variação (23%) dessa classe de produtos é muito menor que as duas primeiras posições da lista e o valor investido para a compra desses produtos é de cerca de US$9,6 bilhões.
Medicamentos e produtos farmacêuticos (exceto veterinários)
O setor de medicamentos é fortemente representado pela importação das vacinas, que causou um aumento em relação a 2020 de 77,1% no número de importações.
Com investimento de US$8,1 bilhões na compra desses produtos, essa classe representa cerca de 3,7% do total de importações brasileiras.
Válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio, ou foto-cátodo, díodos, transistores
Materiais da indústria eletrônica de diversos usos (dispositivos eletrônicos com elementos metálicos, semicondutores para chips, etc), as válvulas e tubos ocupam a 5ª posição no ranking.
É responsável por 8 bilhões de dólares americanos em investimentos para a compra, o que totaliza 3,6% do total das importações brasileiras, 45,3% a mais que no mesmo período do ano passado.
Conclusão
Ainda que tenha ocorrido uma subida na exportação de produtos brasileiros (34,2% de aumento), aumentaram-se também a quantidade de importações, principalmente motivadas pelo setor de combustíveis – mais especificamente de energia elétrica, cerca de 89%, o que gerou superávit menor que o previsto pelo Governo.
De acordo com a FGV, em nota do Incomex:
Para as importações, todos os índices de volume aumentaram nas duas bases de comparação, com destaque para a indústria extrativa: aumento de 43,6% (mensal) e 40,4% (acumulado do ano). Em termos de preços, foi registrado aumento para todas as indústrias. Novamente, se destaca a indústria extrativa com crescimento de 119% (mensal) e 26,6% (acumulado no ano). Os crescimentos em valor, na comparação interanual do acumulado do ano até novembro, foram de: 32% (agropecuária); 80% (extrativa); e, 36% (transformação). Destaca-se o aumento, em valor, de 215% da indústria extrativa, entre os meses de novembro de 2020 e 2021. Em novembro deste ano, comparativamente a novembro do 2020, a importação de gás natural aumentou 873% e a de carvão, 236%, sendo que a participação na indústria extrativa em novembro de 2021, do primeiro de 49% e a do segundo de 25%.”
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