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Em um mundo globalizado, os blocos econômicos impactam diretamente no quadro de comércio internacional. Seja fomentando ou dificultando o comércio, esses acordos entre países podem apresentar oportunidades ou riscos, tudo depende do seu planejamento e estratégia.

Além disso, esses acordos não são estáticos. Aliás, estão em constante mudanças, sofrendo atualizações e alterações todos os anos, de modo que operadores do Comex precisam estar atentos às políticas dos países.

Quer entender mais a relação entre os blocos econômicos e o comércio internacional? Então, continue lendo e saiba mais!

O que são os Blocos Econômicos

Os blocos econômicos são acordos intergovernamentais com objetivo de fomentar o comércio entre os países. É comum que esses acordos também sejam chamados de blocos regionais, devido à tendência de serem formados pela proximidade entre os países, como acontece no Mercosul e União Europeia.

Nesse sentido, os blocos acabam sendo uma forma de proteção da economia local, ao impor restrições no comércio com países fora do bloco econômico.

Vale destacar que há diferentes níveis de colaboração entre os países. Assim, nem todo bloco econômico segue o mesmo formato, na verdade, cada um possui suas especificidades. 

Tipos de blocos econômicos

Atualmente temos 5 classificações para os blocos econômicos, a saber:

  • Zona de preferência tarifária: acordo meramente comercial, com redução de algumas tarifas preferenciais de alguns produtos;
  • Zonas de Livre Comércio: também meramente comercial, aqui temos eliminação ou redução substancial das tarifas alfandegárias entre os países-membros;
  • União Aduaneira: além da zona de livre comércio, temos a existência de uma Tarifa Externa Comum (TEC) cobrada dos países não membros do bloco, de forma a baratear os produtos dos países-membro;
  • Mercado Comum: aqui o acordo vai além do aspecto comercial, incluindo regras para a circulação de pessoas, bens, capital e trabalho;
  • União Econômica e Monetária: evolução do Mercado Comum, onde temos o uso de moeda comum e criação do Banco Central do bloco. Por exemplo, a União Europeia é um bloco econômico desse tipo.

Principais blocos econômicos

blocos econômicos e comércio internacional

Atualmente temos 5 principais blocos econômicos no mundo, sendo eles:

  • União Europeia: considerada a maior integração de países, ao todo são 27 nações que compõem o bloco;
  • Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA): união entre México, Canadá e Estados Unidos da América, mas tende a ser mais um acordo meramente econômico, uma vez que essas nações têm um alto volume de negócios entre si;
  • Mercado Comum do Sul (Mercosul): bloco formado por pelo Brasil e outros 9 países da América do Sul;
  • Associação das Nações Unidas do Sudeste Asiático (Asean): com objetivo de desenvolver os países do Sudeste Asiário, é composto por países como Indonésia, Cingapura, Malásia entre outros, com um formato de acordo de união aduaneira;
  • Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec): são 21 países incluídos neste bloco, entretanto, foi criado para ser um fórum de decisões econômicas entre os países, de modo que a implementação de uma zona de livre comércio sofre resistência devido às disparidades entre seus membros.

Qual a importância dos Blocos Econômicos no Comércio Internacional

Os Blocos Econômicos possuem grande impacto na economia e no comércio internacional. Isso porque os blocos favorecem o desenvolvimento nacional.

Ao mesmo tempo, esses acordos aumentam as barreiras para certas importações. Assim, essas políticas têm impacto direto no fluxo de mercadoria que entram e saem de um país.

Para os operadores do comércio exterior, isso significa ter que saber navegar pelas diferentes regulamentações, regimes tributários e burocracias. 

De modo que, quando lidando com países fora de um bloco econômico, haverá um maior número de barreiras comerciais. Enquanto que operar dentro de um bloco favorece as operações.

A participação do Brasil nos blocos econômicos

O Brasil tem grande participação no mercado internacional, com acordos com diversos países e participando de diferentes organizações mundiais.

Nesse sentido, o país também vem participando de negociações com a OCDE e o Prosul. Entretanto, atualmente, o grande destaque da participação internacional do Brasil está na atuação no BRICS, G15 e Mercosul.

BRICS

O BRICS é uma aliança entre as economias emergentes (à época de sua criação), isto é, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Através dessa aliança, objetiva-se a criação de uma reserva de emergências internacionais, estabelecer a cooperação de áreas acadêmicas, técnicas, científicas e culturais, além do apoio econômico.

G15

Criado em 1989, o G15 é um bloco econômico para o estímulo e cooperação para o crescimento econômico de seus membros.

O grupo é composto por Argélia, Argentina, Brasil, Chile, Egito, Índia, Indonésia, Irã, Jamaica, Quênia, Nigéria, Malásia, México, Peru, Senegal, Sri Lanka, Venezuela e Zimbabwe.

MERCOSUL

O Mercosul, ou Mercado Comum do Sul, foi criado em 1991 e é composto pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

Dentre as características desse bloco econômico, podemos destacar:

  • Uso da Taxa Externa Comum (TEC);
  • Criação da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) para classificação fiscal;
  • Simplificação e padronização burocráticas entre os países-membros;
  • Criação de regimes de exceções tarifárias entre as fronteiras dos países-membros.

Barreiras comerciais e os Blocos Econômicos

As restrições impostas no comércio internacional são chamadas de barreiras comerciais. Assim, são instrumentos que os Governos utilizam para impor suas políticas nas trocas comerciais com os demais países, seja para fomentar a troca ou proteger a economia local.

O que são barreiras comerciais

As barreiras comerciais são restrições impostas sobre o comércio exterior. Elas são usadas como mecanismos do governo para implementar suas políticas de comércio exterior.

Há dois tipos de barreiras:

  1. Barreiras tarifárias: são aquelas ligadas a cobrança de alguma tarifa ou taxa sobre a importação;
  2. Barreiras não-tarifárias: todas as restrições quantitativas, de licenciamento, técnicas, administrativas, fitossanitárias, valoração aduaneira, subsídios, entre outros.

Em geral, os blocos econômicos resultam em um relaxamento nas barreiras comerciais. Seja na redução de tarifas ou na simplificação dos processos de importação e exportação entre os países-membros.

Leia mais: barreiras tarifárias e não tarifáras – o que são e quais os tipos.

Como os Blocos Econômicos impacta nas barreiras comerciais

Como dito, os blocos econômicos geram um relaxamento dessas barreiras comerciais, porém somente entre os países que compõem o bloco.

Nesse sentido, tende-se a ser mais vantajoso as trocas comerciais entre os países do bloco. Afinal, é possível aproveitar benefícios fiscais, menor burocracia e até mesmo incentivos direto dos Governos.

Com essa influência, os blocos mudam completamente o cenário internacional, podendo apresentar novas oportunidades de negócio e crescimento.

Leia mais: blocos econômicos e oportunidades de negócio

Como fazer a gestão de Comércio Internacional observando os Blocos Econômicos?

blocos econômicos comex

1. Conheça quais são os blocos e acordos internacionais existentes

Aqui neste artigo você já conheceu quais são os principais blocos econômicos do mundo, assim como os blocos que o Brasil faz parte. Assim, é importante entender quais são os acordos existentes para observar oportunidades ou potenciais riscos ao seu negócio.

Nesse sentido, é importante conhecer:

  • Os regimes tributários;
  • Custos tributários e demais taxas e encargos que incidem na sua operação;
  • Os procedimentos não-tarifários, como exigências fitossanitárias, licenciamento, restrições quantitativas, entre outros;
  • Buscar entender se há programas de incentivo para sua categoria de mercadoria ou serviço.

2. Monitore as negociações internacionais e avalie como elas podem impactar seu negócio

Ao definir os mercados de atuação, é fundamental acompanhar os movimentos políticos dos países. Afinal, é preciso se adiantar às mudanças para não sofrer com prejuízos nas mudanças de políticas ou deixar de aproveitar novas oportunidades.

3. Prepare seus processos para atender aos acordos e blocos

Outro ponto crucial para todo operador de Comércio Exterior é entender os processos de despacho aduaneiro e se preparar para isso. Com o planejamento adequado, é possível evitar a maioria dos riscos e garantir uma importação de sucesso.

Ao conhecer as exigências e custos envolvidos, torna-se fácil definir os procedimentos internos. Assim, cria-se fluxos de trabalho padrão e divisão das responsabilidades para uma operação fluída.

Ao passo que se tem processos e responsabilidades bem definidas, é possível automatizar esses fluxos, aumentando significativamente a produtividade e rentabilidade do negócio.

Por fim, através da transformação digital do Comércio Exterior, as equipes podem focar em atividades mais através, que geram maior valor agregado e produzem uma operação mais lucrativa.

Leia mais: conheça as 7 situações que podem travar sua importação na alfândega!

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