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A história do café começa no século 9 na Etiópia, origem do café Arábica, quando um pastor notou que suas cabras ficavam mais animadas após comerem os frutos de uma determinada planta.

Ele experimentou os frutos e notou o efeito estimulante. O consumo se espalhou para o Oriente Médio e, posteriormente, para a Europa, onde cafés se tornaram pontos de encontro social.

No século 18, o cultivo se espalhou para as Américas, e o café se tornou um produto de exportação importante. Hoje em dia, o café é uma das bebidas mais consumidas no mundo, com uma cultura e história ricas em tradições e evolução.

No Brasil, a bebida tornou-se extremamente popular, fazendo o país o maior produtor de café do mundo. Nesse dia mundial do café, vamos falar sobre como ele se posiciona na economia brasileira e no Comércio Exterior.

graos de cafe na bolsa e na mesa 1

Histórico da produção de café no Brasil

A produção de café no Brasil começa no Brasil no século XVIII, em meados de 1727, quando as primeiras mudas de café são trazidas da Guiana Francesa para a região norte do país, no Pará. O clima quente e úmido da região não era ideal para o cultivo do café, mas as mudas se adaptaram bem e começaram a produzir frutos.

Porém, foi na região sudeste do Brasil que a produção de café realmente decolou. No início do século XIX, foram trazidas mudas de café da Ilha Bourbon, atualmente Reunião, para a cidade de Santos, em São Paulo. O clima da região era muito mais favorável ao cultivo do café, e em pouco tempo a produção se espalhou por todo o estado.

A partir daí, a produção de café se expandiu para outros estados do sudeste, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. A quantidade de café produzido aumentou rapidamente, e o Brasil se tornou o maior produtor mundial de café.

cafe

No início do século XX, a produção de café no Brasil já havia se expandido. A produção atingiu volumes recordes, com mais de 20 milhões de sacas sendo produzidas anualmente. O transporte era feito principalmente por ferrovias e navios, que levavam o café para o porto de Santos, de onde era exportado para diversos países, como os Estados Unidos e a Europa.

O tipo de café produzido no Brasil é principalmente o café arábica, que é considerado de alta qualidade e possui um sabor suave e doce. Também é produzido o café robusta, que é mais amargo e possui mais cafeína, mas é geralmente usado em blends com outros tipos de café.

O mercado do café na economia brasileira

Sempre presente na base da economia nacional, o agronegócio foi novamente o destaque da balança comercial, em 2022. E com o café não foi diferente, assim como a exportações do agro superaram os anos anteriores, as do café também registraram números históricos.

LEIA TAMBÉM: Tendências do mercado em 2023: o que esperar para o comércio exterior.

As exportações brasileiras de café em 2022 bateram recorde, alcançando US$ 9,233 bilhões, um aumento de 46,9% em relação ao ano anterior. O país exportou para 122 países, porém, em volume, houve uma ligeira queda de 3,1%, com a exportação de 39,35 milhões de sacas de 60 kg. O café brasileiro agora responde por 2,8% das exportações totais do país e 5,8% das exportações do agronegócio.

Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, o resultado recorde é uma soma de dois fatores: as cotações mais altas do produto e a taxa de câmbio favorável.

“O dólar comercial se manteve acima de R$ 5 ao longo de quase todo o ano, bem como as cotações do café ficaram em níveis satisfatórios. Assim, o preço médio da saca, de US$ 234,64, foi o maior nos últimos cinco anos, ficando 52% acima do ano anterior”, afirmou.

A queda no volume, no entanto, foi consequência dos gargalos logísticos no comércio marítimo mundial, causados pelo retorno da demanda global e escassez de containers e embarcações, além dos impactos dos conflitos geopolíticos. A indústria local também comprou mais café, tanto robusta como conilon, para produção de insumos e blends, retendo parte da produção no país.

Segundo dados da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, Minas Gerais, o maior produtor nacional de café, colheu no ano passado 22 milhões de sacas, um número que representa uma pequena queda de 0,8% em relação à safra anterior, devido à redução de produtividade e colheita de um volume físico 36,6% menor do que em 2020.

No Espírito Santo, o segundo maior produtor, foram produzidas 16,7 milhões de sacas, sendo que o C. canephora capixaba produziu 12,4 milhões de sacas, um volume 10,1% maior que o da safra anterior, enquanto o C. arábica produziu 4,4 milhões de sacas, um número 48,1% maior do que em 2021.

São Paulo, o terceiro maior produtor, registrou uma safra de 4,4 milhões de sacas da espécie arábica, o que representa um crescimento de 9,4% em relação à safra anterior.

Países que mais importaram o café Brasileiro

Os Estados Unidos lideram a lista dos maiores destinos do produto em 2022, com a importação de 7,9 milhões de sacas, volume 2,1% maior do que o adquirido em 2021 e que equivale a 20,3% do total. Em seguida, temos:

  • Alemanha — 6,84 milhões de sacas – 17,4%.
  • Itália — 3,35 milhões de sacas – 8,5%.
  • Bélgica — 2,92 milhões de sacas – 7,4%.
  • Japão — 2,87 milhões de sacas – 4,8%.
  • Colômbia — 1,721 — 2,84%.

Com o conflito entre Rússia e Ucrânia, as exportações para a região registraram recuo no ano passado.

O volume exportado para Leste Europeu, foi de 1,1 milhão de sacas, o que representou uma queda de 45,3% em relação a 2021.

Somente a Rússia apresentou uma redução de 46,6%, com montante importado saindo de 1,21 milhão, em 2021, para 650.174 sacas em 2022. Assim, os russos deixaram a sexta posição no ranking e caíram para a 15ª posição.

No entanto, o desempenho apresentado por Holanda e Coréia do Sul foram melhores. Os holandeses ampliaram em 75,6% suas importações, chegando a 916.412 sacas e alcançando a nona colocação.

A 10ª posição ficou por conta dos coreanos, que compraram 858.228 sacas e aumentaram em 25,2% suas importações do grão brasileiro.

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Os envios dos cafés do Brasil também tiveram desempenho significativo para a China, principal parceiro comercial brasileiro.

O país asiático adquiriu 414.842 sacas do produto no ano passado, apresentando uma evolução de 21,3% na comparação com as 341.898 sacas importadas um ano antes.

Com esse desempenho, os chineses subiram para o 20º lugar no ranking dos principais destinos do produto.

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