O modal de transporte, que consiste na navegação entre portos do mesmo país, é chamada de cabotagem. Contrapondo-se às navegações de longo curso, essa viagem se faz nas águas costeiras, sem perder a terra de vista.
A cabotagem no Brasil é considerada bastante promissora e vantajosa. No entanto, seu potencial não é explorado completamente. Grande parte disso se deve ao fato de que a utilidade e as vantagens desse modal são desconhecidas para uma boa parcela dos empresários e profissionais de logística.
Por esse motivo, elaboramos este post, em que você poderá conhecer o histórico, a situação atual e as vantagens da cabotagem. Continue lendo!
Histórico da cabotagem no Brasil
A popularização desse modal ocorreu na década de 30, principalmente no que diz respeito ao transporte de cargas a granel. No entanto, quando o presidente Washington Luiz foi eleito, sua campanha direcionou investimentos apenas na malha rodoviária.
Além disso, a chegada das indústrias automobilísticas nas décadas de 50 e 60 fizeram com que o modal rodoviário se destacasse ainda mais. Dessa forma, as modalidades de transporte aquaviário sofreram com a escassez de recursos e perderam sua força logística.
Órgãos como a Sunaman (Superintendência Nacional da Marinha Mercante) foram criados com a intenção de reduzir as falhas e reverter esse cenário, mas os resultados não foram como o esperado.
O cenário nacional ainda não era muito favorável à cabotagem, em meio a processos inflacionários e confiscos econômicos. Contudo, a partir de 1998/1999, a situação começou a mudar e possibilitou a retomada da cabotagem no Brasil.
Panorama atual no país
Na conjuntura atual, o modal rodoviário ainda é predominante. Porém, a divulgação e a utilização da cabotagem no Brasil já progrediu muito. Grandes companhias que atuam nesse mercado, como Aliança Navegação e Log-In Logística, registram um crescimento anual significativo.
Em um contexto mundial, maioria dos países têm em comum uma legislação restritiva e protecionista. Contudo, o Brasil ainda está alguns passos atrás na utilização do modal.
Ao comparar os dados nacionais com os de outros países igualmente extensos, é possível observar que os volumes movimentados por meio da cabotagem no Brasil ainda são baixos.
Decisões políticas do passado ainda trazem prejuízos para a atualidade, e, portanto, os problemas de infraestrutura e questões operacionais são os principais motivos desses números.
Para explorar o grande potencial brasileiro, seriam necessárias medidas de recuperação e políticas de incentivo por parte do governo, a fim de convencer a iniciativa privada a investir em cabotagem.
Vantagens em utilizar a cabotagem
A utilização da cabotagem no Brasil pode ser muito vantajosa para as empresas. Por se tratar de um país com cerca de 7,5 mil km de costa navegável e com alta concentração costeira de mercado produtor e consumidor, é notável sua eficiência geográfica.
Economicamente, a cabotagem também se mostra interessante, por consumir menos combustível, ter uma alta capacidade de carga e apresentar um baixíssimo índice de roubos e avarias.
Por ser um modal de transporte que utiliza vias naturais e reduz a emissão de gases prejudiciais na atmosfera, é considerado aquele que menos interfere no meio ambiente.
A cabotagem pode ser a solução para reduzir custos logísticos, ao escapar dos altos custos do transporte rodoviário e se prevenir das limitações da malha ferroviária do país.
É claro, não são todas as empresas que se enquadram e se adaptam à cabotagem no Brasil. Mas, diante de todas as vantagens, essa é uma análise que merece ser feita.
Por exemplo, uma empresa trabalha com produtos importados. Para facilitar a distribuição, tais mercadorias precisariam chegar em portos menores, que não fazem parte da rota de navios do exterior. Nesse caso, a cabotagem é o modal mais indicado.
Em suma, a cabotagem no Brasil é uma alternativa extremamente viável e está em crescimento. É óbvia a necessidade de maiores investimentos por parte do governo, porém o setor privado também pode pressionar esse desenvolvimento. A utilização do modal contribui para o aumento da produtividade e competitividade não só da empresa, mas também do país como um todo.
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