A disparada do dólar ganhou destaque no ano passado, registrando uma alta de 27% em relação ao real e encerrando o período a R$ 6,18. Durante os picos de maior instabilidade, a moeda chegou a atingir R$ 6,30, marcando o recorde nominal de cotação. Agora, a expectativa é que a cotação atinja R$6 em dezembro, sendo que há um mês, a projeção era de apenas R$ 5,77.
O termômetro de risco e as perspectivas negativas sobre o dólar seguem dois viés. O primeiro refere-se à situação do Brasil e a preocupação dos investidores quanto à dívida do país e o pacote de gastos anunciado pelo Governo Federal. Um fator que gera uma buscar para uma moeda forte, como o dólar.
Em outro âmbito é possível analisar o cenário externo, com as políticas implementadas por Donald Trump seguem para o fortalecimento da moeda norte-americana. Assim, diversos economistas e estudiosos já apontam para um macroambiente de volatilidade e patamares elevados para o dólar, que deve oscilar entre R$5,70 chegando a R$6,30.
Dessa forma, a potencial alta do dólar em 2025 será influenciada por uma série de fatores interconectados, tanto domésticos quanto internacionais. Como moeda de reserva global, o dólar continuará a desempenhar um papel central nos mercados financeiros, mas sua trajetória dependerá dos pilares influenciadores: política monetária, fluxos de capital, dinâmica geopolítica e condições macroeconômicas globais.
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Possíveis cenários para 2025
- Alta Moderada: Caso a inflação global continue desacelerando, mas o Fed mantenha taxas de juros elevadas, o dólar pode valorizar-se gradualmente, especialmente frente a moedas de economias em recuperação lenta, como o euro.
- Alta Acelerada: Se novos choques geopolíticos ou econômicos aumentarem a aversão ao risco, a busca por segurança poderá impulsionar uma valorização rápida e acentuada do dólar.
- Pressão Especulativa: A volatilidade em mercados emergentes, agravada por políticas fiscais frágeis e fuga de capitais, poderia criar picos de valorização do dólar no curto prazo.
➡️Veja também: Estratégias atemporais para períodos de instabilidade cambial
Enquanto isso, o Euro segue o caminho da paridade com o dólar
Após cinco trimestres de estagnação, a economia da Zona do Euro registrou um crescimento moderado em 2024, caracterizado por avanços lentos, porém consistentes. No entanto, a incerteza persiste em 2025, com riscos significativos decorrentes de tensões geopolíticas, protecionismo e pressões das políticas econômicas dos EUA, ameaçando a frágil recuperação europeia.
Segundo a OCDE, o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro deve crescer 0,8% em 2024, impulsionado pela queda da inflação e pela retomada do consumo e dos investimentos. Projeções indicam uma aceleração para 1,3% em 2025 e 1,5% em 2026. Já o Banco Central Europeu (BCE) adota uma visão mais conservadora, estimando crescimento de 1,1% e 1,4% nos mesmos períodos.
No início de 2025, o euro manteve sua trajetória de queda, sendo negociado abaixo de 1,03 em relação ao dólar, o menor nível em mais de dois anos. Desde setembro passado, a moeda acumulou uma desvalorização de 8%, intensificando as preocupações sobre o agravamento das perspectivas econômicas da Zona do Euro.
Dolarizar os investimentos vale a pena?
O Brasil é conhecido por sua instabilidade, com cenários econômicos frequentemente turbulentos. Diversificar investimentos no exterior é uma estratégia para reduzir a dependência do contexto local, trazendo mais segurança e estabilidade ao portfólio.
O câmbio, uma das taxas mais imprevisíveis da economia, apresenta alta volatilidade no curto e médio prazos, sendo influenciado por fatores domésticos e globais. Por isso, tentar acertar o momento ideal para enviar remessas ou investir em dólares pode ser arriscado.
Especialistas recomendam a estratégia do preço médio: comprar dólares gradualmente, mês a mês, para obter um custo de aquisição mais equilibrado ao longo do tempo.
O melhor caminho para importadores e exportadores
A valorização do dólar em 2025 apresenta desafios e oportunidades distintas para importadores e exportadores. A volatilidade cambial exige planejamento estratégico e uma abordagem pragmática para mitigar riscos e aproveitar vantagens competitivas.
Com o dólar mais caro, os custos de insumos e bens importados aumentam, pressionando margens de lucro. Para lidar com esse cenário, os importadores devem utilizar instrumentos financeiros, como contratos futuros e swaps cambiais, para proteger-se contra a volatilidade do dólar, buscar alternativas em mercados com moedas menos valorizadas em relação ao real, reduzindo a dependência de fornecedores atrelados ao dólar.
Além disso é necessário reavaliar a logística de importação, otimizando estoques e priorizando compras de insumos essenciais. Negociar prazos de pagamento em moedas locais ou em condições mais favoráveis também pode ajudar. Por fim, avaliar cuidadosamente o repasse de custos ao consumidor final.
A alta do dólar favorece exportadores ao tornar seus produtos mais competitivos no mercado internacional. No entanto, é necessário adotar medidas para maximizar os benefícios, como aproveitar a competitividade gerada pelo dólar valorizado para expandir a presença em mercados internacionais, especialmente em países emergentes com demanda crescente.
Somando a isso é indicado garantir margens de lucro estáveis ao fixar a taxa de câmbio para contratos futuros, reduzindo a exposição à volatilidade cambial.
➡️Veja agora: Alta do dólar: impactos e oportunidades para as exportações brasileiras
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