A importação de peças de bicicleta permite acessar uma maior variedade de produtos, obter preços mais competitivos e ampliar a margem de lucro de uma empresa. No entanto, esse processo exige atenção em diversas etapas, desde a escolha dos fornecedores até a documentação e a logística, para garantir que tudo ocorra sem contratempos.
Neste artigo, vamos abordar as principais estratégias para otimizar a importação, evitar erros que podem gerar custos desnecessários e tornar a operação mais segura e eficiente.
Panorama do mercado de ciclopeças
Em 2022, a fabricação e a demanda por bicicletas cresceram significativamente. Especialistas apontam que o setor atingiu recordes históricos, e, segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), a produção chegou a 599.044 unidades naquele ano. Com esse crescimento, a importação de peças para bicicletas se tornou uma prática cada vez mais comum.
Mas, apesar dos recordes alcançados, nos anos seguintes o mercado passou por um ajuste gradual, retornando a patamares mais sustentáveis ao longo de toda a cadeia. Isso não é necessariamente ruim, pois proporciona maior previsibilidade para importadores e distribuidores de peças.
Desafios na importação de ciclopeças
Uma empresa, seja ela montadora de bicicletas ou distribuidora de ciclopeças, terá desafios na importação. Afinal esse é um processo complexo que exige bastante planejamento.
Classificação fiscal e regulamentação (NCM)
Classificar corretamente a mercadoria que se pretende importar sempre foi muito importante, entretanto, com a chegada do Catálogo de Produtos existe a necessidade de ser mais preciso ainda.
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➡️ A Nomenclatura Comum do Mercosul referente a Outras partes e acessórios para bicicletas e outros ciclos é a NCM 8714.99.90.
Os atributos que devem ser informados no catálogo de produtos dessa NCM são os que constam na imagem abaixo:
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Logística e controle de estoque
A importação direta exige um planejamento estratégico tanto de estoque quanto de logística. Um dos pontos mais importantes é entender que, ao importar um produto, parte do capital de giro ficará comprometida até que ele seja vendido – ou seja, trata-se de um investimento que precisa ser bem calculado.
Para minimizar riscos, é fundamental analisar tendências de mercado e focar em produtos com demanda estável. Um estoque bem planejado evita a falta de itens com alta saída e, ao mesmo tempo, impede que mercadorias fiquem paradas por longos períodos, impactando o fluxo de caixa.
Integração com sistemas ERP
Muitas empresas acreditam que não precisam de um software especializado em comércio exterior para gerenciar seus processos de importação, especialmente aquelas que já utilizam um sistema ERP. No entanto, contar apenas com um sistema de gestão empresarial pode se tornar um grande desafio para uma importação eficiente.
Sem dúvidas, soluções como SAP, Totvs, Sankhya e Oracle são ferramentas tecnológicas robustas e eficazes para a administração geral de uma empresa. Mas, quando o assunto é comércio exterior, suas limitações ficam evidentes. As operações internacionais possuem um alto nível de complexidade, exigindo controles específicos e funcionalidades especializadas que um ERP tradicional não cobre.
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É exatamente por isso que o Conexos Cloud se integra aos principais ERPs do mercado, permitindo que informações financeiras, contábeis, fiscais e de estoque fluam automaticamente e sem falhas entre os sistemas. Isso garante controle total da operação, reduzindo retrabalho, prevenindo inconsistências nos dados e assegurando a conformidade com a legislação.
Afinal, um sistema de comércio exterior foi desenvolvido justamente para atender às particularidades do setor, oferecendo a precisão e automação que um ERP convencional não consegue proporcionar.
Documentação errada
Ao contrário do que muitos imaginam, os erros mais comuns na importação não estão necessariamente nas etapas mais complexas, mas sim no preenchimento incorreto de documentos essenciais, como a Invoice e a Packing List. Informações ausentes ou equivocadas podem gerar atrasos no desembaraço aduaneiro, custos extras com armazenagem e até multas fiscais.
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Além disso, até mesmo o fornecedor pode cometer falhas na emissão desses documentos, dificultando o processo de liberação da carga. O risco aumenta ainda mais quando o preenchimento é feito manualmente, tornando a operação vulnerável a erros humanos que poderiam ser evitados com automação e controle integrado.
Escolher os fornecedores errados
A escolha inadequada de fornecedores internacionais pode comprometer toda a operação de importação. Falhas na expedição das peças, falta de conferência dos produtos e o não cumprimento de requisitos aduaneiros e normativos são alguns dos problemas que podem surgir quando não há um critério rigoroso na seleção dos parceiros comerciais.
Além disso, a qualidade das peças está diretamente ligada à confiabilidade do fornecedor, o que torna essencial avaliar cuidadosamente sua reputação, histórico de entregas e conformidade com as exigências regulatórias antes de fechar qualquer negócio.
Documentação para importação de ciclopeças
- Declaração de Importação (DI);
- Conhecimento de Embarque / Bill of Lading;
- Fatura comercial / Invoice;
- Romaneio de Carga / Packing List.
A Declaração de Importação (DI) é um documento registrado após o embarque da mercadoria e sua chegada ao país de destino. Nele, devem constar informações essenciais, como os dados do importador e exportador, além de detalhes sobre o transporte, forma de pagamento e a mercadoria que será nacionalizada.
📌 Importante: A DI (Declaração de Importação) está em processo de substituição pela DUIMP (Declaração Única de Importação). Clique aqui para entender todas as mudanças e impactos dessa transição.
O Conhecimento de Embarque, também chamado de Bill of Lading (BL), é um dos principais documentos logísticos, reunindo informações cruciais sobre a carga. Ele inclui detalhes como destinatário, consignatário e a pessoa a ser notificada sobre a chegada da mercadoria. Além disso, especifica dados sobre peso, tipo e quantidade da carga, acondicionamento, número do contêiner, selo, declaração de embarque a bordo e a forma de pagamento do frete, que pode ser prepaid (pago pelo remetente) ou collect (pago pelo destinatário).
Já a Invoice (Fatura Comercial) reúne os dados do importador e exportador, além de uma descrição detalhada dos produtos, incluindo valor unitário, valor total dos itens e da importação, bem como a quantidade adquirida.
Por fim, o Packing List (Romaneio de Carga) complementa as informações da fatura comercial, trazendo detalhes sobre peso unitário e bruto de cada peça e do total, além da descrição detalhada dos itens e a forma como a carga está organizada para o transporte.
Quando a LI é obrigatória para importar ciclopeças?
A obrigatoriedade da Licença de Importação (LI) para a importação de ciclopeças depende do tipo de componente que será importado. O órgão responsável por conceder essa licença é o Inmetro.
É importante ressaltar também que o Inmetro estabeleceu, por meio da Portaria Inmetro nº 202/2021, que componentes de bicicletas de uso adulto, sejam estes componentes vendidos isoladamente ou em subconjuntos: quadro rígido, garfo rígido, pedivela, pedal, cordoalha, aro, raio, niple, guidão, suporte do guidão, câmara de ar, garfo de suspensão e conjunto de freio, tanto importados quanto fabricados no Brasil, devem obrigatoriamente passar por um processo de certificação para serem comercializados no mercado nacional.
Essa certificação é compulsória, ou seja, obrigatória, garantindo que os produtos atendam a padrões técnicos de segurança e qualidade. Para isso, os itens devem ser testados e aprovados por um Organismo Certificador de Produtos (OCP) credenciado pelo Inmetro.
Comercializar essas peças sem a certificação pode resultar em multas e sanções, pois indica que os produtos não passaram pelos testes exigidos. A certificação compulsória busca evitar a venda de itens que comprometam a segurança do usuário e a durabilidade do veículo.
Como verificar se um item precisa de Licença de Importação (LI)?
Nem todo item que exige certificação precisa, necessariamente, de uma licença para importação. Para verificar se uma mercadoria requer anuência de um órgão regulador, acesse o PUCOMEX, vá até a página de importação e selecione a aba LPCO. Em seguida, clique na opção “Simular Tratamento Administrativo”.
Depois, preencha os campos conforme os dados da sua importação e insira a NCM correspondente (por exemplo, para partes e acessórios de bicicletas e outros ciclos é a NCM 8714.99.90). Clique no botão “Simular Tratamento Administrativo” para obter o resultado.
O sistema informará se há necessidade de licença e qual órgão é responsável. Caso apareça o Tipo de Tratamento: Impedimento, significa que a importação não está disponível no Novo Processo de Importação e deve ser registrada via LI/DI.
Atualmente, o Inmetro ainda não opera pelo Portal Único, e a Licença de Importação (LI) deve ser solicitada pelo sistema Orquestra. Para mais detalhes sobre o processo, consulte o manual oficial do Inmetro no link a seguir: link para acessar!
Estratégias para otimizar a importação de ciclopeças
Importar peças de bicicleta tem um custo inicial maior, mas compensa: a margem de lucro sobe consideravelmente em comparação com a compra de fornecedores nacionais. E isso faz toda a diferença para quem precisa equilibrar preço competitivo com rentabilidade.
Mas o segredo para essa estratégia funcionar está no bom gerenciamento do fluxo de caixa, garantindo que o dinheiro investido na importação não deixe a empresa no vermelho enquanto os produtos estão a caminho.
E para manter o estoque sempre girando, ter um planejamento de importações recorrentes ajuda a evitar rupturas e manter as vendas estáveis. Em conclusão, importar é uma excelente estratégia para aumentar o lucro e a competitividade do negócio – desde que seja feito com planejamento e controle financeiro.
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A importação pode ser uma excelente estratégia para aumentar a margem de lucro, mas exige um controle preciso de todas as etapas do processo – e para gerenciar tudo isso, um sistema de comércio exterior faz toda a diferença.
O Módulo de Importação do Conexos Cloud permite que as empresas acompanhem desde os pedidos de compra internacional até o desembaraço aduaneiro, garantindo que nada saia do radar. Com integração nativa aos principais ERPs do mercado (SAP, Totvs, Sankhya, Oracle, entre outros), o sistema automatiza processos essenciais, como o cálculo e a emissão de numerários, documentos e tributos, além do registro de declarações no Portal Único Siscomex. Tudo isso reduz erros manuais e otimiza os prazos da operação.
Outro grande diferencial são os robôs inteligentes, que monitoram atualizações no Siscomex Carga, Mantra e CCT e enviam alertas automáticos sobre a situação dos embarques, eliminando a necessidade de acompanhamento manual. Dessa forma, a empresa ganha mais previsibilidade e segurança no planejamento logístico.
Além disso, o tracking completo das cargas permite acompanhar cada etapa do processo, do embarque ao recebimento, reduzindo custos com armazenagem e evitando surpresas desagradáveis no transporte. O sistema também oferece suporte a regimes especiais, como entreposto aduaneiro, admissão temporária e drawback, garantindo mais flexibilidade tributária para a operação.
Com essa automação, sua empresa evita atrasos, minimiza custos extras e ganha muito mais agilidade na nacionalização das peças, garantindo um planejamento estratégico alinhado às exigências do mercado.
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