O mercado de importação de autopeças em geral está em expansão no Brasil, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) a indústria automotiva brasileira registrou um crescimento, só ano de 2024, 2,54 milhões de veículos foram produzidos no país. Mais especificamente no mercado de motocicletas, o ano passado estabeleceu um recorde, a indústria superou a marca de 1 milhão de unidades produzidas no primeiro semestre de 2024 tendo o melhor resultado em 14 anos.
Nesse artigo, vamos analisar o panorama do mercado de motopeças, os desafios na importação dessa mercadoria e ainda compartilhar estratégias para você otimizar a importação e distribuição das peças importadas. Continue a leitura!
Índice:
Panorama do mercado de motopeças
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) compartilhou dados interessantes sobre o mercado atual de Motocicletas no Brasil. Apenas em julho de 2024 mais de 147 mil motocicletas foram fabricadas representando uma alta de 19,7% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Mas o que isso indica? Um mercado super aquecido para o setor de manutenção e reposição de peças!
Esse cenário está diretamente ligado a busca por alternativas de mobilidade mais acessíveis, devido à inflação e o auto custo dos automóveis, além disso as motos tem se tornado cada vez mais a principal ferramenta de trabalho de muitos, com a popularidade do aplicativos de transporte e delivery.
Sendo assim, quem busca importar motopeças seja pelo preço, qualidade ou variedade dos produtos lá de fora está no lugar certo. Nos próximos parágrafos vamos detalhar quais são os passos para a importação desses materiais.
Quando a LI é obrigatória para importar motopeças?
A obrigatoriedade da Licença de Importação (LI) para motopeças depende do tipo de componente que será importado.
O órgão responsável por conceder essa licença é o Inmetro, que estabeleceu, por meio da Portaria Inmetro nº 71/2022, que componentes automotivos de motocicletas, motonetas, ciclomotores, triciclos e quadriciclos, tanto importados quanto fabricados no Brasil, devem obrigatoriamente passar por um processo de certificação para serem comercializados no mercado nacional.
Essa certificação é compulsória, ou seja, obrigatória, garantindo que os produtos atendam a padrões técnicos de segurança e qualidade. Para isso, os itens devem ser testados e aprovados por um Organismo Certificador de Produtos (OCP) credenciado pelo Inmetro.
Comercializar pinhões, coroas, correntes de transmissão e escapamentos sem certificação pode resultar em multas e sanções, pois a ausência da certificação indica que os produtos não passaram pelos testes exigidos. A certificação compulsória busca evitar a venda de itens que possam comprometer a segurança do usuário e a durabilidade do veículo.
Como verificar se um item precisa de Licença de Importação (LI)?
Nem todo item que exige certificação precisa, necessariamente, de uma licença para importação. Para verificar se uma mercadoria requer anuência de um órgão regulador, acesse o PUCOMEX, vá até a página de importação e selecione a aba LPCO. Em seguida, clique na opção “Simular Tratamento Administrativo”.
Depois, preencha os campos conforme os dados da sua importação e insira a NCM correspondente (por exemplo, para partes e acessórios de motocicletas, a NCM é 8714.10.00). Clique no botão “Simular Tratamento Administrativo” para obter o resultado.
O sistema informará se há necessidade de licença e qual órgão é responsável. Caso apareça o Tipo de Tratamento: Impedimento, significa que a importação não está disponível no Novo Processo de Importação e deve ser registrada via LI/DI.
Atualmente, o Inmetro ainda não opera pelo Portal Único, e a Licença de Importação (LI) deve ser solicitada pelo sistema Orquestra. Para mais detalhes sobre o processo, consulte o manual oficial do Inmetro no link a seguir: link para acessar!
Documentação necessária para importação de motopeças
- Declaração de Importação (DI);
- Conhecimento de Embarque / Bill of Lading;
- Fatura comercial / Invoice;
- Romaneio de Carga / Packing List.
A Declaração de Importação (DI) é registrada após o embarque da mercadoria e sua chegada ao país de destino. Esse documento deve conter informações essenciais, como os dados do importador e exportador, além de detalhes sobre o transporte, forma de pagamento e a mercadoria a ser nacionalizada.
📌 Obs.: A DI (Declaração de Importação) em breve será substituída pela DUIMP (Declaração Única de Importação). Clique aqui para saber tudo sobre o assunto.
O Conhecimento de Embarque, também chamado de Bill of Lading (BL), registra informações fundamentais da carga, incluindo o destinatário, consignatário e a pessoa a ser notificada sobre a chegada da mercadoria. Além disso, contém dados como peso, tipo e quantidade da carga, tipo de acondicionamento, número do contêiner, selo, declaração de embarque a bordo e a modalidade de pagamento do frete: prepaid (pago pelo remetente) ou collect (pago pelo destinatário).
A Invoice (Fatura Comercial) apresenta os dados do importador e exportador, bem como informações detalhadas sobre a mercadoria, como descrição exata do produto, valor unitário, valor total dos itens, valor total da importação e quantidade.
Por fim, o Romaneio de Carga, conhecido como Packing List, contém os dados do importador e exportador, além de informações complementares sobre a carga, incluindo peso unitário e bruto de cada peça e do total, descrição detalhada dos itens e a forma como a mercadoria está organizada para o transporte.
Desafios na importação de motopeças
Seja uma empresa montadora de motocicletas ou distribuidora de motopeças os desafios na importação de peças automobilísticas são os mesmos. Confira:
Classificação fiscal e regulamentação (NCM)
A classificação fiscal é super importante, principalmente agora com a chegada do catálogo de produtos do PUCOMEX.
➡️ A Nomenclatura Comum do Mercosul referente a Partes e acessórios de motocicletas (inclusive ciclomotores) é a NCM 8714.10.00
E, os atributos que devem ser informados no catálogo de produtos dessa NCM são os que constam na imagem abaixo:
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Logística e controle de estoque
Importar motopeças envolve desafios que vão além da compra e transporte. Um dos principais é manter um controle eficiente do estoque, equilibrando a disponibilidade dos produtos sem gerar excesso ou falta. Como muitas peças vêm de fornecedores internacionais, o prazo de entrega (lead time) pode ser longo e imprevisível, o que exige planejamento para evitar atrasos nas vendas. Além disso, algumas peças têm alta rotatividade, enquanto outras demoram mais para sair, o que pode resultar em estoque parado e capital imobilizado.
Para minimizar esses problemas, é essencial organizar bem o estoque, classificando os itens conforme a demanda e definindo pontos estratégicos de reposição. Sem esse controle, a empresa pode acabar sofrendo com produtos indisponíveis na hora que o cliente mais precisa ou com excesso de peças encalhadas, que só geram custos desnecessários.
Integração com sistemas ERP
Um dos principais desafios de quem importa motopeças é acreditar que não precisa de um sistema especializado para comércio exterior pois já possui um sistema de gestão empresarial. Não há dúvida que os ERPs são ferramentas tecnológicas robustas e eficazes para a gestão empresarial, mas quando o assunto é comércio exterior, suas limitações ficam evidentes. A complexidade das operações internacionais exige controles e funcionalidades específicas que vão além do que um ERP tradicional pode oferecer.
É exatamente por isso que o Conexos Cloud se integra aos principais ERPs do mercado, como SAP, Totvs, Sankhya, Oracle, entre outros. Integrado ao ERP, o Conexos garante que informações financeiras, contábeis, fiscais e de estoque fluam de forma automática e sem falhas entre os sistemas. Isso significa que você tem um controle total sobre suas operações, evitando retrabalho, inconsistências nos dados e garantindo conformidade com a legislação.
Afinal, um sistema de comércio exterior foi desenvolvido justamente para lidar com essas especificidades que um ERP tradicional não cobre. Mesmo assim, por que muitas empresas ainda resistem à adoção de tecnologia para otimizar suas operações? O principal desafio pode não estar na ferramenta, mas na cultura empresarial. Assista ao vídeo abaixo e descubra como essa relutância pode atrapalhar a competitividade do seu negócio:
Principais erros na importação de motopeças
Importar é um processo complexo e portanto é comum que erros aconteçam. E ao contrário do que muitos pensam os problemas mais recorrentes são advindos de erros documentais geralmente relacionados à Invoice e ao Packing List, por ausência de informações ou informações incorretas. Inclusive, muitas vezes o próprio fornecedor falha no preenchimento dos documentos resultando em atrasos no desembaraço aduaneiro e custos adicionais com armazenagem e multas fiscais. Além, é claro dos erros humanos que acontecem devido ao preenchimento manual dos documentos de importação.
LEIA TAMBÉM: Automatizando o Packing List com o Conexos Cloud: mais conformidade e menos retrabalho
Dito isso, outro problema comum é a gestão inadequada e a má escolha dos fornecedores internacionais que pode levar a falhas na expedição das peças, seja pela falta de conferência antes do embarque ou pelo não cumprimento de requisitos aduaneiros e normativos.
E, como mencionamos anteriormente, outro fator crítico é o controle de estoque mal planejado, que pode resultar tanto em escassez de itens essenciais quanto em acúmulo de peças de baixa demanda, imobilizando capital de giro.
Estratégias para otimizar a importação de motopeças
Diante dos problemas citados no parágrafo acima, soluções como a implementação de checklists na coleta das peças, revisão contratual com fornecedores e digitalização dos processos logísticos tornam-se essenciais para mitigar falhas e garantir eficiência na importação. Mas a principal solução é, sem dúvidas, a automatização e integração de processos, o que se torna possível com a implementação de um software especialista em comércio exterior, como o Conexos Cloud.
O Módulo de Importação do Conexos Cloud permite que as empresas tenham controle total de todas as etapas da importação, desde a gestão dos pedidos de compra internacional até o desembaraço aduaneiro. Com integração nativa aos principais ERPs do mercado (SAP, Totvs, Sankhya, Oracle, entre outros), ele automatiza a geração de numerários (cálculo e emissão dos valores necessários para pagamento das despesas relacionadas à importação), emissão de documentos, cálculo de tributos e registro de declarações no Portal Único Siscomex, reduzindo falhas humanas e otimizando prazos.
Além disso, o sistema conta com robôs inteligentes que monitoram atualizações no Siscomex Carga, Mantra e CCT, enviando alertas automáticos sobre a situação dos embarques, eliminando a necessidade de acompanhamento manual e aumentando a previsibilidade das operações.
Outro grande diferencial é o tracking completo das cargas, permitindo que a empresa acompanhe cada etapa do processo logístico, do embarque ao recebimento, garantindo transparência, eficiência e redução de custos com armazenagem e fretes emergenciais. Além disso, o módulo oferece funcionalidades para controle de regimes especiais, como entreposto aduaneiro, admissão temporária e drawback, proporcionando flexibilidade tributária para a operação.
Com essa automação, a empresa não apenas evita atrasos e custos extras, mas também ganha agilidade na nacionalização das motopeças, permitindo uma tomada de decisão mais estratégica e alinhada às exigências do mercado.
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