Alguns segmentos da indústria nacional têm preferido produtos importados ao invés de optar pelos equivalentes nacionais. Isso demonstra a baixa competitividade do país em relação aos concorrentes estrangeiros — algo que pode comprometer a retomada do crescimento econômico.
Nesse contexto, um estudo da CNI e da Funcex mostra o aumento da participação dos produtos importados no mercado doméstico. Com isso, a recuperação do coeficiente de exportação foi interrompida e a valorização do real fez os produtos nacionais perderem espaço para os estrangeiros tanto no mercado interno quanto no externo.
Por isso, a Secretaria-Executiva da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) tem uma lista de bens sem similar nacional para guiar a isenção de Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), conforme a Resolução do Senado nº 13/2012.
Veja, a seguir, algumas das particularidades da importação de matéria-prima pela indústria nacional. Acompanhe!
Redução de custos
Uma das formas de aumentar a margem de lucro é reduzir custos com a importação de insumos para a fabricação de produtos. Isso porque assim é possível diminuir os gastos operacionais. Dessa forma, a indústria nacional consegue concorrer, mesmo que ainda um pouco de longe, com os artigos chineses.
O aumento das importações passou de 16,4% para 16,8%, a preços constantes, no acumulado de julho de 2016 a junho deste ano, ainda segundo a pesquisa da CNI e da Funcex — um resultado da instabilidade e da valorização do real em relação ao dólar.
Neste cenário, o coeficiente de penetração das importações cresceu na maioria dos setores. É ele que mede a participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional. A explicação para isso está no fato de o governo oferecer subsídio em algumas matérias-primas.
Esse benefício é extensivo a itens usados por diferentes setores industriais, e aproveitá-los pode ser o caminho para que as organizações mantenham sua lucratividade e competitividade. Afinal, trata-se de um diferencial para empresas que querem estar na frente dos concorrentes.
Subsídios especiais para produtos importados
Em 2015, algumas matérias-primas industriais importadas receberam incentivos governamentais por tempo determinado por motivo de abastecimento. Sua alíquota de importação foi reduzida para 2% e as companhias puderam aproveitar para garantir seu estoque nesse período.
Entraram na lista, por exemplo, as chapas e tiras de ligas de alumínio em bobinas usadas na fabricação de chapas para impressão de livros, revistas, embalagens e outros. Já para a cadeia de fibras e filamentos químicos (poliéster, viscose, poliamida e acetato de celulose), o óxido de titânio foi favorecido.
Sulfato de bário e anilina e seus sais também foram contemplados. São produtos usados para fabricação de papéis, tintas em pó e líquidas, espumas de poliuretano, estabilizadores para a indústria de látex, resinas sintéticas, produtos químicos agrícolas, herbicidas e explosivos.
Indústria da transformação
Produtos siderúrgicos, químicos e fertilizantes, usados na indústria da transformação, passaram pelo mesmo processo quando houve forte alta do dólar e seu preço aumentou muito, em meados de 2013. Esse procedimento do governo é comum, na tentativa de regular o mercado.
É válido aproveitar esses incentivos, pois quando o contrário ocorre — ou seja, quando o dólar desvaloriza e, consequentemente, os produtos importados ficam mais baratos —, há uma preocupação com a proteção do mercado nacional e os impostos são aumentados.
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