O ano de 2023 está chegando ao fim e podemos dizer que esse foi um período histórico para a exportação brasileira. De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o saldo da balança comercial de agosto de 2023 já foi maior que todo o ano passado, e em setembro o saldo de exportações já tinha passado dos US$ 71 bilhões – que equivalem a R$ 361,5 bilhões.
Mas, porque esse é considerado um momento histórico, visto que em 2010 o país também teve um aumento expressivo na balança comercial? Bom, a diferença é que este ano, o volume de vendas está maior, isso quer dizer que estamos produzindo e vendendo mais. Ao contrário de 2010 onde o crescimento estava associado ao alto preço das commodities.
A exportação é uma das principais operações econômicas de um país, por isso é tão importante que você, profissional que atua no comércio exterior, entenda o panorama anual de exportações, e conheça os produtos mais exportados pelo seu país. Assim é possível tomar decisões estratégicas mais informadas, e se adaptar às dinâmicas do mercado global.
Continue lendo o artigo e saiba mais detalhes sobre os produtos mais exportados pelo Brasil em 2023!
Índice
Produtos mais exportados pelo Brasil em 2023
Em 2023, a agropecuária teve um papel expressivo no cenário total de exportações do Brasil, representando 25,1% de todos os produtos exportados pelo país, segundo dados do ICOMEX e da Secretaria de Comércio Exterior/ MIDIC.
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Confira abaixo a balança comercial do Brasil até novembro de 2023:
Fonte: Comexstat
Podemos perceber que, o Brasil apresenta um Superávit de US$ 89.481.171.961,00 representando um aumento expressivo nas exportações se comparado ao ano de 2022.
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Confira abaixo a balança comercial do Brasil de 2022:
Fonte: Comexstat
Na tabela abaixo você confere quais foram os 10 produtos mais exportados pelo Brasil até novembro de 2023:
Produtos mais exportados – Descrição CUCI Grupo | Valor FOB (US$) | |
1 | Soja | $51.239.202.712 |
2 | Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus | $38.844.808.984 |
3 | Minério de ferro e seus concentrados | $27.007.009.191 |
4 | Açúcares e melaços | $13.692.928.262 |
5 | Milho não moído, exceto milho-doce | $12.257.619.545 |
6 | Farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais | $11.197.258.427 |
7 | Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) | $10.377.478.879 |
8 | Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada | $8.547.787.768 |
9 | Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas | $8.223.816.774 |
10 | Celulose | $7.226.097.696 |
Fonte: Comexstat
Fica evidente que os segmentos da Agropecuária, Indústria de Transformação, Indústria Extrativa lideram o ranking de produtos mais exportados.
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Contudo, dados do ICOMEX e da Secretaria de Comércio Exterior/MIDIC revelam que em 2023, a participação da Indústria de Transformação nas exportações caiu para 53,2%, uma redução significativa dos 66,3% registrados em 2010.
Principais parceiros comerciais do Brasil em 2023
Em relação ao destino desses produtos mais exportados, a China continua sendo nosso maior parceiro comercial, segundo os dados do ICOMEX e da Secretaria de Comércio Exterior/MIDIC, em 2023 a China comprou 30% de tudo que o Brasil vendeu.
Respectivamente, em segundo lugar vêm os Estados Unidos, e em terceiro lugar a Argentina.
Confira quais são os 10 principais destinos das exportações brasileiras:
Países | Valor FOB (US$) | |
1 | China | $95.382.235.883 |
2 | Estados Unidos | $33.404.247.949 |
3 | Argentina | $15.873.772.062 |
4 | Países Baixos (Holanda) | $11.215.595.271 |
5 | México | $8.067.466.418 |
6 | Chile | $7.323.493.026 |
7 | Espanha | $7.100.496.343 |
8 | Singapura | $7.084.455.629 |
9 | Japão | $6.016.518.247 |
10 | Alemanha | $5.218.224.265 |
Fonte: Comexstat
Visualize essa informação no gráfico abaixo, gerado a partir dos dados gerados no Comexstat:
Estados brasileiros que mais exportaram em 2023
Confira também o ranking dos estados que mais exportaram produtos em 2023:
- São Paulo;
- Rio de Janeiro;
- Minas Gerais;
- Mato Grosso;
- Paraná;
- Rio Grande do Sul;
- Pará;
- Goiás;
- Santa Catarina;
- Bahia.
Para exemplificar, veja o gráfico do top 10 estados que mais exportaram neste ano:
Fonte: Comexstat
Considerações sobre o atual cenário econômico de exportações pelo Brasil
No cenário econômico atual, o Brasil se sobressai com um crescimento impressionante. A estabilidade financeira e boas políticas têm ajudado no sucesso do comércio exterior, explicando o aumento do volume de exportações.
As commodities compõe o quadro de produtos mais exportados, o aumento da produtividade do setor agropecuário é um dos motivos para o cenário de exportações atual.
Em 2023, por exemplo, o Brasil foi um grande exportador de milho, ultrapassando inclusive os Estados Unidos, respondendo por 32% das exportações mundiais, enquanto os EUA, que eram líder do mercado de milho há mais de um século, responderam por cerca de 23%. Segundo projeções da USDA.
Além disso, a guerra da Ucrânia causou – e pode continuar causando – um grande impacto no aumento de volume das exportações brasileiras. Com a Ucrânia e a Rússia, tradicionais exportadores de grãos, afetadas pelo conflito, o Brasil expandiu sua participação nesse mercado, ocupando o espaço deixado por esses países.
Apesar do aumento expressivo nas exportações deste ano, economistas alertam para a necessidade de fortalecer a indústria brasileira, visando diversificar a gama dos produtos mais exportados.
Atualmente, muitos dos produtos vendidos ao exterior são primários, em estado bruto. Essa dependência de commodities pode limitar o Brasil na conquista de novos mercados e na criação de empregos de qualidade, além de impactar no aumento dos salários.
Expectativas para o cenário de exportações do Brasil em 2024
Fazer previsões para o comércio exterior não é uma tarefa fácil, para isso precisamos analisar diversas variáveis como os dados históricos recentes, o cenário internacional e a economia local.
Mas, apesar de desafiador, já podemos vislumbrar algumas tendências que podem afetar o cenário de exportações em 2024.
Um exemplo são as medidas anunciadas pelo governo federal, no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Essas medidas indicam um aumento nos investimentos produtivos no próximo ano, que envolvem gastos destinados a melhorar a capacidade de produção e a competitividade da economia, tais como investimentos em máquinas, infraestrutura e inovação tecnológica.
Esses investimentos são importantes para que a balança comercial do próximo ano supere a desse ano, que já é um recorde quando a comparamos com a de 2022.
Em relação à Indústria da Transformação, como já falamos aqui no artigo, esse setor apresentou uma queda nas exportações de janeiro a outubro de 2023. No entanto, espera-se que o crescimento desse setor no mercado internacional seja impulsionado pelas reformas em andamento promovidas pelo governo e pelos investimentos em novas tecnologias previstos para o próximo ano.
As notícias também são boas para o setor agrícola, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento da Europa (OCDE) e Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o esperado para 2024 é que a safra continue crescendo por conta da melhora da produtividade e da expansão das lavouras. A OCDE e FAO afirmam que o Brasil assumirá a liderança das exportações mundiais do setor agrícola em 2024.
Outra boa notícia são as projeções para a agropecuária brasileira na temporada 2023/2024, recordes são esperados em várias áreas. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil está no caminho para alcançar uma produção recorde de carnes e uma safra de grãos próxima da atual, que foi a maior da história.
Para os principais grãos, como soja, milho, arroz, feijão e algodão, a Conab estima uma produção combinada de 319,5 milhões de toneladas, apenas 1% a menos do que na safra atual. Além disso, prevê um aumento de 0,5% na área cultivada, chegando a 78,9 milhões de hectares.
No setor de carnes, incluindo bovina, de frango e suína, a projeção da Conab aponta para uma produção nacional de 30,85 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 2,7% em relação ao ano de 2023, que já havia registrado números recordes.
As exportações de carne também devem atingir no próximo ano uma marca inédita, com a previsão de 9,46 milhões de toneladas exportadas, um aumento de 2,7% em relação a 2023.
Para analisar essas perspectivas positivas a Conab considerou uma cotação do dólar de R$ 4,90, com IPCA (inflação oficial) de 4,84% em 2023 e 3,88% no ano que vem. A companhia também prevê um crescimento do PIB de 2,24% neste ano e de 1,3% em 2024, além da taxa de juros de 11,75% no final de 2023 e de 9% em 2024.
Qual o papel da tecnologia nas suas exportações?
Nesse cenário de crescimento fica evidente que a tecnologia irá desempenhar um papel importante, facilitando a rotina de exportadores que querem exportar mais e melhor para crescer com a Balança Comercial brasileira.
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