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2023 foi definitivamente um ano importante para a exportação. Se você leu nosso artigo ‘Produtos mais exportados pelo Brasil em 2023’, viu que o volume de exportações causou um superávit histórico para a balança comercial brasileira. 

Agora você deve estar se perguntando qual foi o resultado das importações neste ano e quais foram os produtos mais importados. A verdade que o Brasil apresentou uma queda nas importações, sendo importante analisar o cenário completo, o qual é: a corrente de comércio global – valor total do comércio somando exportações e importações – registou queda de -5,3%, isso atingiu US$ 484,73 bilhões.  

Ou seja, o superávit na balança comercial se deu principalmente pelo aumento do volume das exportações, e por uma queda das importações. Lembrando que nosso país ainda depende muito das vendas em commodities

Isso deixa claro que ainda há um longo caminho a ser percorrido para diversificar a pauta exportadora do Brasil, reduzindo a dependência excessiva de bens primários.

Confira abaixo a balança comercial do Brasil até novembro de 2023: 

Produtos mais importados

Fonte: Comexstat

Além disso, é fundamental simplificar e desburocratizar os processos de importação para atender de forma mais eficiente às necessidades das empresas brasileiras. Isso é fundamental para que o Brasil não apenas mantenha seu superávit, mas também fortaleça uma economia diversificada e resiliente no cenário global. 

Dito isso, vamos analisar o panorama de importações em 2023, e conferir quais foram os produtos mais importados pelo o Brasil neste ano! Continue a leitura!  

Produtos mais importados pelo Brasil 

De acordo com dados gerados pelo ComexStat, confira abaixo a tabela dos 10 produtos mais importados pelo Brasil em 2023: 

Produtos mais importados – Descrição CUCI GrupoValor FOB (US$)
1Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos)$15.524.546.766
2Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos)$13.412.294.429
3Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus$8.640.575.363
4Válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores$8.357.683.497
5Partes e acessórios dos veículos automotivos$6.829.184.235
6Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários$6.744.344.080
7Compostos organo-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucléicos e seus sais, e sulfonamidas$6.493.414.217
8Motores e máquinas não elétricos, e suas partes (exceto motores de pistão e geradores)$5.910.736.973
9Equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios$5.291.749.864
10Veículos automóveis de passageiros$5.084.925.123
Fonte: Comexstat

Na imagem abaixo você visualizar a relação completa dos produtos mais importados para o país esse ano:  

Produtos mais importados

Fonte: Comexstat

Principais países de onde o Brasil importou em 2023

Em relação ao ano anterior, a China continua sendo o principal país de origem das importações brasileiras. Confira a seguir o ranking dos 10 principais países de onde o Brasil importou em 2023:

PaísesValor FOB (US$)
1China$48.556.236.031
2Estados Unidos$34.969.962.361
3Alemanha$12.164.757.224
4Argentina$11.109.902.939
5Rússia$8.482.144.329
6Índia$6.453.961.406
7Itália$5.392.135.570
8França$5.118.222.064
9México$5.102.992.988
10Japão$4.721.752.191
Fonte: Comexstat

Visualize essa informação no gráfico abaixo, gerado a partir dos dados gerados no Comexstat:

Produtos mais importados

Fonte: Comexstat

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revela que até o final de julho, o Brasil importou 3,3 bilhões de itens, e cerca de 40% desse total vieram da China.  

Entretanto esse número é relativo a importações com um valor médio de US$ 50. O estudo da CNC utilizou microdados da Secretaria do Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).  

A CNC identifica a principal razão do notável aumento das importações de bens de consumo no Brasil como sendo a menor carga tributária sobre esses produtos em comparação com outros países, juntamente com a valorização do real no início de 2023.  

Embora inicialmente houvesse planos para acabar com a isenção de impostos em produtos importados de até US$ 50 por pessoas físicas, o governo brasileiro desistiu dessa ideia após reação pública contrária.  

LEIA TAMBÉM: Importação de produtos: isenção de 50 dólares e regras de taxação desmistificadas

Em resposta, o governo implementou o programa Remessa Conforme em agosto, que isenta de impostos as importações até US$ 50 realizadas por pessoas jurídicas, contanto que as lojas estrangeiras participem do programa e arquem com os impostos estaduais. 

Produtos mais importados da China para o Brasil

Em contraponto, você pode conferir os produtos mais importados da China para o Brasil, por pessoas jurídicas, na imagem abaixo:  

Descrição CUCI GrupoValor FOB (US$)
1Válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores$5.003.056.326
2Equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios$2.972.892.687
3Compostos organo-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucléicos e seus sais, e sulfonamidas$2.424.309.414
4Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos)$1.463.031.612
5Inseticidas, rodenticidas, fungicidas, herbicidas, reguladores de crescimento para plantas, desinfetantes e semelhantes$1.440.609.937
6Máquinas e aparelhos elétricos$1.423.587.238
7Máquinas de energia elétrica (exceto planta elétrica rotativa do grupo 716) e suas partes$1.111.339.099
8Produtos laminados planos de ferro ou aço não ligado, folheados ou chapeados, ou revestidos$957.979.851
9Aparelhos elétricos para ligação, proteção ou conexão de circuitos$942.949.602
10Partes e acessórios dos veículos automotivos$928.930.830
Fonte: Comexstat

Estados do Brasil que mais importaram em 2023

Confira também o ranking dos estados que mais importaram produtos em 2023:

  1. São Paulo;
  2. Santa Catarina;
  3. Rio de Janeiro;
  4. Paraná;
  5. Minas Gerais;
  6. Rio Grande do Sul;
  7. Amazonas;
  8. Espírito Santo;
  9. Bahia;
  10. Pernambuco.

Para exemplificar, veja o gráfico do top 10 estados que mais importaram neste ano:

Produtos mais importados

Fonte: Comexstat

Projeções para o cenário de importações para o Brasil em 2024 

Novo Processo de Importação

Existem muitas expectativas acerca do Novo Processo de Importação (NPI), essa iniciativa do governo que foi idealizada em 2018 continua em andamento, e promete desburocratizar o processo de importação do Brasil.  

O NPI pretende simplificar e digitalizar a gestão de informações, seguindo o exemplo da Declaração Única de Exportação (DU-E) já usada nas exportações.  

Este sistema unificado requer que os importadores forneçam todas as informações necessárias apenas uma vez, o processo unifica a importação através do Catálogo de Produtos, Declaração Única de Importação (DUIMP), e outros documentos relevantes.  

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O esperado é que este processo seja mandatório a partir de 2025, assim, as empresas importadoras e seus parceiros devem se adaptar a ele em 2024. A ideia é que essa nova metodologia não só torne os processos de importação mais eficientes e transparentes, mas também contribua positivamente para o comércio e o PIB. 

Reforma Tributária

Também temos em vista uma Reforma Tributária, que pretende mudar alguns processos para o comércio exterior. Entre as propostas da reforma está a introdução de arrecadação de imposto: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) que terá sua receita administrada pela União; o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) com a receita administrada pelos Estados e Municípios. 

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Além dos impostos mencionados anteriormente, a proposta inclui a criação do Imposto Seletivo (IS), que será dividido entre a União, Estados e Municípios. Este imposto incidirá sobre bens e serviços considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente, visando desestimular sua produção e consumo. 

Essas mudanças pretendem simplificar o sistema tributário nas importações, substituindo as atuais regras complexas de ICMS e ISS. A reforma também visa preservar os benefícios fiscais em áreas como a Zona Franca de Manaus.  

Com a unificação supõe-se uma redução no ‘Custo Brasil’, sendo um verdadeiro problema na vida dos empresários do país por consumir aproximadamente 38% do lucro das empresas (segundo dados do Movimento Brasil Competitivo – MBC). Essa redução pode tornar nossos produtos mais competitivos. A ideia é trazer mais clareza sobre os impostos nos produtos e diminuir os custos para empresas, tanto nacionais quanto estrangeiras.  

Ou seja, a Reforma Tributária promete tornar o ambiente de importação menos burocrático e mais eficiente. Mas, claro sua implementação é complexa e pode levar tempo, também precisamos considerar o cenário internacional e a economia local do próximo ano.  

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