As trading companies tem a finalidade de facilitar as operações de Importação e Exportação de seus clientes.
Elas se baseiam em seu conhecimento de mercado, de procedimentos e de seu networking com os outros envolvidos em Comércio Exterior, podendo oferecer uma gama de serviços internos ou externos, como o despacho aduaneiro.
Dito isso, neste texto iremos discorrer sobre como o contexto das trading companies, como estão atualmente e os benefícios de utilizar uma trading. Continue lendo o artigo para conhecer mais desse mercado!
Surgimento das Trading Companies
As trading companies surgiram em grande expressão na década de 1990 com o propósito de redução de custos nas importações. Inicialmente, com o aumento das importações brasileiras, o objetivo era de intermediar as negociações e trâmites logísticos e aduaneiros, especialmente num mercado sedento por novos produtos (os importadores).
A novidade de produtos importados trouxe um superaquecimento no mercado nacional. As tradings surgiram para atender a essa demanda, ajudando as empresas compradoras no entendimento do mercado, e também na busca de novos fornecedores e fabricantes no exterior.
Com o passar dos anos e também decorrente do crescimento do mercado importador, as Tradings Companies começaram a procurar novas oportunidades. Para isso, restavam algumas possibilidades. Dentre elas, estavam inovar a sua carteira de prestação de serviços ou convencer novas empresas a importar.
E foi nesse segundo item que se instaurou uma estratégia competitiva relacionada aos custos de importação – como a isenção de benefícios fiscais incidentes sobre o ICMS, um dos tributos sobre as operações de importação.
O que são os benefícios fiscais para tradings e como surgiram?
Muito famosos por estarem relacionados com a guerra fiscal, os benefícios fiscais para as importações estão fortemente relacionados, pelo menos no início, ao convencimento de novas empresas em passarem a fazer suas importações mediante ao uso de uma trading company.
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Esse processo de aumento ou criação do mercado importador, se deu com base em vários fatores, sendo um pilar pioneiro a redução de custos, ponto este especialmente fundamentado em benefícios fiscais. Sendo mais específico, benefícios fiscais sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) incidentes sobre as importações.
Esse modelo dependia de um Estado da federação criar ato normativo (e convalidar juntos ao CONFAZ), concedendo condição diferenciada para as empresas que importarem utilizando como porta de entrada os seus portos, aeroportos ou região terrestre de fronteira.
Esses benefícios geralmente consistiam em maiores prazos e redução da carga tributária efetiva.
O prazo trazia para as empresas importadoras um fôlego em seu fluxo de caixa, e geralmente esta na exoneração da obrigação do recolhimento do ICMS no ato da nacionalização dos produtos, postergando o seu recolhimento ao momento da venda.
Enquanto as empresas que não usufruem deste benefício fiscal teriam que recolher o ICMS no ato da nacionalização, onerando os custos de seus estoques para pagar a diferença da compra pela venda (pela margem adicionada de custos e lucro) somente na saída, aquelas que gozam dos benefícios tem a vantagem de reduzir os seus custos de estoques, especialmente os estoques em formação (produtos em importação).
O segundo lado dos benefícios estão relacionados a carga tributária, seja reduzindo base de cálculo, ou gerando ajustes fiscais na apuração. Em praticamente todos, é repassado um valor de crédito tributário para os contribuintes subsequentes, e efetivamente recolhido aos cofres públicos um um desconto ou redução.
É óbvio que estou aqui trazendo o tema de forma extremamente resumida, e a atuação das tradings acaba por trazer um escopo absolutamente maior.
Um dos Estados pioneiros nesse mecanismo é o Espírito Santo, sendo posteriormente seguido por muitos outros, dentre eles Santa Catarina, Rondônia e outros. Dito isso, confira abaixo o nosso e-book de Benefícios Fiscais do Espírito Santo.
Qual é o mercado de uma trading company e seu potencial cliente?
Qualquer empresa importadora pode vir a ser cliente de uma trading e fazer uso dos benefícios fiscais Estaduais.
Com isso, surge uma corrida na busca de novas empresas, convencendo as mesmas de migrar as suas importações para os Estados com tais benefícios, mediante uma redução de custos. Não só custos tributários, mas também logísticos, retirando o movimento de portos sobrecarregados e lentos para outros mais desafogados e eventualmente mais próximos dos centros consumidores daqueles produtos importados.
As tradings começam a crescer e ganhar fama ao convencer quem faz as suas importações diretamente a fazer importações indiretas.
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Outra forma de crescer é convencendo clientes de outra trading a migrar as suas operações. Aqui a criatividade vai longe: seja ofertando maior expertise num determinado segmento ou agregando novas soluções, como a melhoria logística.
Também é possível ganhar mercado nas parcerias. Como os casos de união com os despachantes aduaneiros e agentes de cargas internacionais, justamente por estes já possuírem em suas carteiras potenciais clientes para a Trading. A relação com outros players do comércio exterior lançou as tradings ainda mais em evidência.
Eis que alguém em uma Trading se perguntou: Se eu importo para os outros, por que não importar para mim mesmo?
Foi aqui que as tradings começaram a importar e distribuir, criando uma possibilidade de aumento de suas receitas. Mas também assumem novos riscos e desafios, bem diferentes daqueles que não eram tão frequentes antes, como criar mercado, time de vendas, políticas de vendas, pós-vendas e logística de última milha.
Como eram as trading companies antes da pandemia?
No final de 2019, a OMS anunciou a descoberta de um novo vírus letal que deu origem a uma pandemia que assolou todo o planeta. Trazendo para o mundo dos negócios, também fechou muitas empresas e trouxe uma reviravolta inimaginável para o mercado: fretes valores super elevados, falta de produtos, fechamento de fábricas e muitos outros prejuízos.
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A pandemia trouxe a mudança na forma de organização interna dessas empresas, o que gerou uma corrida frenética pela transformação digital. Isso também refletiu muito na relação com os clientes e fornecedores, trazendo novos modelos de trabalho que geram melhor qualidade nas entregas e maior produtividade.
Como estão as trading companies atualmente?
Agora temos um cenário final de pandemia com mercados enlouquecidos, complexidades logísticas (custo elevado e falta de container), riscos cambiais acirrados, falta de produtos (especialmente aqueles com maior valor agregado) e inflação em ascendência. Ao final, pode-se adicionar também os impactos causados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, a qual traz uma dose de histeria ao mercado, especialmente de commodities como petróleo, gás e fertilizantes.
Em poucas palavras, o mercado virou de ponta cabeça e os caminhos que o trouxeram até aqui possivelmente, não o levarão muito mais longe. É preciso inovar, assim como as tradings criativas que:
Evoluíram os entregáveis para os clientes e tornaram o benefício fiscal um detalhe
O cliente de uma trading seguramente experimentou um aumento das entregas aos seus serviços. O benefício fiscal saiu do plano principal e passou para os bastidores. Agora o que importa de verdade é o ganho maior.
O que a minha empresa reduz de custo por sinergia de equipes? Quais controles são oferecidos? Quais insights de mercados podem ser trazidos? Como está o concorrente? Seguramente, as tradings passam a responder essas perguntas e muitas outras para os seus clientes.
Brigam pelo sucesso do cliente
As tradings começaram a atuar num patamar de foco no cliente como nunca antes ocorreu, fazendo estudos mais detalhados, focando em entregas mais amplas e maior informação e controle de operações, o que antes ficavam para os seus clientes produzirem internamente com os seus times.
Buscam fortemente agregar mais serviços
Ofertaram novos serviços, agregando em suas atividades outros que antes eram terceirizadas, como por exemplo, o despacho aduaneiro, plataformas para acompanhamento dos processos, APP, etc. O cliente compra serviços de logística internacional.
Conclusão
Sendo assim, para que a Trading Company alcance o sucesso e crescimento no mercado, é bom ter um software de gestão empresarial automatizado, que elimine erros por falhas humanas, com redução de custos operacionais e aumento da eficiência e agilidade na entrega do serviço e produto ao seu cliente final que obterá sucesso.
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Este é o primeiro artigo de uma série de dois textos sobre Trading Companies. Veja a continuação desse post no nosso blog Conexos Cloud: uma tecnologia para Trading.
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