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A cadeia de suprimentos é um conceito importante da logística internacional, e nada mais é do que todo o caminho que o produto faz até chegar ao seu destino. O transporte entre fronteiras de diferentes países viabiliza a concretização de uma cadeia de suprimentos logística que se inicia com a produção do bem e termina no momento de sua utilização em outro país.  

Avanços tecnológicos a partir do século XX, como o desenvolvimento dos sistemas de transporte, meios de comunicação e grandes navios capazes de transportar volumosas quantidades de mercadorias, contribuíram significativamente para a redução do “Transit Time” — o tempo que a mercadoria passa em trânsito. 

Esta redução é crucial, pois, com a aceleração da competitividade impulsionada pela globalização, entregar produtos aos clientes rapidamente e antes dos concorrentes contribui para a melhora da posição competitiva de uma empresa.  Além disso, a eficiência se torna um fator relevante ao considerar o tempo em que o capital fica imobilizado, uma vez que existe um investimento necessário para transportar o produto de um lugar para outro. 

Entretanto, é importante reconhecer que, apesar da importância do “fator tempo” para uma importação bem-sucedida, existem fatores que tornam a operação de transporte internacional um tanto complexa. 

Portanto, propomos neste artigo que você, profissional de comércio exterior, se aprofunde nas diversas nuances que compõem o transporte internacional de cargas. Desde a fábrica do exportador, até seu destino final. 

Modais de Transporte

Para falar de transporte internacional, é essencial discutir os meios de transporte que possibilitam a transferência de cargas entre países.  

LEIA TAMBÉM: Guia completo dos modais de transporte no Comércio Exterior

No Brasil, utilizamos cinco principais modais de transporte de carga: rodoviário, aquaviário, ferroviário, aéreo e dutoviário. 

Desses, os modais aquaviário, aéreo e rodoviário se destacam como os mais utilizados em processos de importação e exportação.  

O modal aéreo é conhecido por sua rapidez na entrega de cargas. E embora os custos associados às instalações de carga e descarga, bem como o preço do combustível, causem o encarecimento e variação do valor do frete, o transporte aéreo ainda desempenha um papel essencial no comércio global. Principalmente para o transporte de cargas perecíveis e entregas urgentes. 

Por outro lado, o modal aquaviário é o propulsionador do comércio internacional, principalmente devido à sua capacidade de transportar matérias-primas, commodities e produtos acabados. Além de ter a capacidade de transportar uma grande quantidade de cargas em uma única viagem, o que reduz o custo unitário do frete. 

O modal rodoviário é predominante na matriz de transportes do Brasil, o que se deve a questões históricas. Na década de 60, o governo brasileiro optou por promover a interiorização do país através da construção de estradas, o que fortaleceu a infraestrutura rodoviária e, por consequência, impulsionou o transporte por este modal. 

A escolha do modal para uma operação de importação depende do tipo de carga a ser transportada. Geralmente, o que se busca é um conceito de intermodalidade, para que as vantagens específicas de cada modal sejam aproveitadas.  

Devido à sua maior facilidade de acesso, o modal rodoviário é frequentemente utilizado como complemento nas operações de transporte. 

Fluxo Logístico de Importação Modal Marítimo ou Aéreo

Frete Internacional

O frete é a primeira coisa em que pensamos ao falar de transporte internacional, sendo um custo significativo desta operação. 

O processo de enviar mercadorias a outro país é complexo; por isso, o valor do frete não é estático. Ele é calculado considerando todos os custos envolvidos, como impostos, armazenagem em terminais, taxas de importação e exportação, tarifas alfandegárias, pedágio, combustível, manutenção dos veículos, entre outros. 

Além disso, um fator condicionante para o valor do frete é a urgência do importador. Se há necessidade de concluir uma importação mais rapidamente, o ideal é optar pelo modal aeroviário, que, apesar de mais caro, permite que a carga chegue mais rápido ao cliente. 

LEIA TAMBÉM: Frete aéreo ou marítimo: qual melhor opção para seu negócio? 

Existem três formas de realizar o pagamento do frete internacional: 

  • Frete pré-pago: é pago imediatamente após o embarque, no local ou país de embarque. Este método também pode ser utilizado em casos de frete por conta do comprador. 
  • Frete a pagar: pode ser pago em qualquer lugar do mundo. Esta opção oferece flexibilidade para o pagamento do frete. 
  • Frete pagável no destino: é pago pelo importador, na chegada ou retirada da mercadoria, no destino. 

Como funciona o processo de cotação de um frete internacional?  

Para solicitar uma cotação de frete internacional é preciso fornecer informações como: 

Natureza da Carga

Para a cotação do frete internacional, a natureza da carga é um fator crucial. Isso significa que, antes de definir o valor do frete, é necessário entender as especificidades da mercadoria.  

Seja ela uma carga geral, perecível, que necessita de temperatura controlada, ou uma carga perigosa, excedente ou volumosa, todos esses aspectos influenciam o custo do frete e o modal de transporte escolhido.  

Dependendo do tipo de carga, é essencial avaliar o regulamento aplicável para compreender as limitações de transporte dessa carga em cada modal. Assim, assegura-se um transporte seguro e adequado para cada tipo de carga. 

Peso e medida dos volumes

O romaneio de carga, mais conhecido como packing list, é o documento essencial que detalha essas informações. Para cada volume listado, é crucial especificar seu peso e dimensões. 

Além disso, precisa ser especificado informações adicionais como se o item está paletizado (mercadorias que são colocadas em paletes para facilitar o manuseio transporte e armazenamento) e o tipo de material da embalagem. 

Esses detalhes são fundamentais para calcular o frete de maneira precisa e garantir que o transporte seja realizado de forma segura e eficiente. 

Origem e Destino

É essencial informar a origem e o destino da carga no processo de cotação do frete internacional. Por “origem” e “destino”, entende-se não apenas o porto ou aeroporto, mas também modalidades como “door to port” ou “door to airport”. 

Dependendo do Incoterm definido, a origem e o destino podem variar, estendendo-se do local de coleta da carga até seu ponto de entrega final; que nem sempre é um porto ou aeroporto.  

Incoterm

O Incoterm acordado precisa ser claramente informado durante o processo de cotação do frete internacional. Este código é crucial para padronizar a divisão de responsabilidades entre importador e exportador.  

LEIA TAMBÉM: Incoterms: O Guia Completo para o Comércio Exterior 

É através do Incoterm que o importador compreende exatamente o que deve estar incluído em sua cotação de frete e o que o exportador vai assumir por conta própria. 

É importante destacar que geralmente o frete é responsabilidade do importador, exceto quando o termo acordado começa com a letra C ou D.  Os Inconterms desses grupos incluem: 

  •  CPT (Carriage Paid To) / Multimodal 
  • CIP (Carriage And Insurance Paid To) / Multimodal 
  • CFR (Cost And Freight) / Marítimo 
  • CIF (Cost Insurance And Freight) / Marítimo 
  • DAP (Delivered At Place) / Multimodal 
  • DPU (Delivered At Place Unloaded) / Multimodal 
  • DDP (Delivered Duty Paid) / Multimodal 

Data que se necessita da carga e que se espera o embarque

A data em que o importador necessita da carga não é uma informação obrigatória no processo de cotação, no entanto é crucial para que o prestador de serviços que está cotando o frete entenda a urgência e determine se o modal de transporte escolhido atenderá às expectativas do cliente.  

Da mesma forma, informar a data prevista para o embarque é essencial, pois permite ao prestador de serviços planejar de forma mais estratégica e aumentar a previsibilidade do processo. 

Com quem negociar o frete internacional? 

A negociação do valor do frete internacional geralmente ocorre através de um agente de cargas Mesmo que este profissional não possua frotas próprias, tem amplo conhecimento do cenário logístico internacional ficando responsável pelo transporte desde a coleta da carga até a entrega final. 

Também existe a possibilidade de negociar diretamente com as companhias marítimas ou aéreas.  

Outra opção é contratar o serviço de um Co Loader, esse profissional é uma espécie de agente de cargas mais focados no transporte marítimo de container fracionado. Isso é, eles contratam o transporte de um container inteiro e revendem esse espaço para embarcar mercadorias fracionadas.  

Papel do Agente de Carga no Transporte Internacional 

O Agente de Cargas é um prestador de serviços mais indicado para gerenciar o transporte internacional. Este profissional estuda a rota mais adequada, define a melhor opção de modal e frete, e garante que sua carga seja transportada e entregue conforme os termos, condições e prazos estabelecidos.  

Entre suas responsabilidades estão a emissão do conhecimento de embarque, a escolha dos melhores fornecedores para os modais escolhidos, a solução de imprevistos durante o transporte e o acompanhamento da movimentação da carga. 

LEIA TAMBÉM: Agenciamento de cargas: entenda sua importância e benefícios 

Além de manter um registro atualizado sobre o posicionamento das cargas, para enviar a clientes ou órgãos fiscais quando necessário. Os agentes de carga também gerenciam a coleta de cargas no remetente e realizam a consolidação e desconsolidação de mercadorias. 

Esses profissionais são de grande relevância para empresas que preferem terceirizar o transporte de cargas importadas ou exportadas. Pois, com sua vasta experiência em logística internacional, eles são capazes de reduzir tanto o tempo de entrega quanto os custos associados ao transporte internacional.  

Como funciona a precificação no Transporte Internacional 

A precificação no transporte internacional é determinada por uma complexidade de fatores e varia significativamente com o tipo de serviço e o modal de transporte utilizado.  

No transporte marítimo full container (FCL), por exemplo, os custos são calculados com base na unidade TEU (Twenty-foot Equivalent Unit). Uma unidade de TEU representa um container de 20 pés. 

Entenda mais sobre os tipos de containers lendo o artigo “Quais são os tipos de containers? Conheça os 8 principais!” 

Outra métrica comum é o BL (Bill of Lading), onde os custos são atribuídos por embarque, independentemente do número de containers. Exemplo: se você tem 5 containers para embarcar em um único BL, o custo do frete é de apenas de um embarque. 

Já no transporte marítimo LCL (Less Container Load) é comum ter custos por BL (por embarque), ou custos que se baseiam em Weight/Measurement. Onde se compara o volume da carga com o seu peso, o que for maior será a unidade base de precificação do frete. Sendo a unidade de medida do peso em tonelada e do volume em metro cúbico (m^3). 

No transporte aéreo, a abordagem é semelhante, com custos determinados por AWB (Air Waybill), que também compara peso e volume.  

A precificação do frete internacional aéreo também pode ser feita por Weight/Mesurement, no entanto diferente do modal marítimo, aqui são comparados 1kg para 6 decímetros cúbicos (dm³).  

Métodos de precificação fixa, como o Lumpsum Rate, são aplicados quando se acorda um valor fechado para o frete, podendo ocorrer uma cobrança a mais caso se exceda o volume ou peso previamente constatado no packing list.  

No entanto, precisamos destacar que cada modalidade e cada tipo de carga podem demandar métodos de cálculo específicos, refletindo as necessidades e características dos diferentes tipos de carga e rotas de transporte. 

Fatores que influenciam o custo de transporte 

Para entender mais sobre o custo de transporte é preciso compreender que o preço para transportar uma carga não é fixo, ele é influenciado por diversos fatores. 

Infraestrutura:  uma boa infraestrutura logística é essencial para otimizar os custos e a eficiência do transporte internacional. Para isso é necessário haver portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e terminais intermodais bem equipados e mantidos, que são capazes de suportar a movimentação eficiente de cargas.  

Por outro lado, uma infraestrutura precária pode resultar em congestionamentos significativos, atrasos e ineficiências no sistema de transporte. Além disso a falta de conectividade entre diferentes modais de transporte complica ainda mais a coordenação logística. 

O resultado disto é um aumento do tempo necessário para mover mercadorias de um ponto a outro e consequentemente o transporte de cargas fica mais caro. 

Rota de transporte:  a rota também é um fator determinante para o valor do transporte. Ao realizar um estudo de rotas é possível planejar, e obter certa previsibilidade sobre a trajetória da carga até o seu local de destino.  

Entretanto, em uma operação de transporte internacional, pode haver contratempos impossíveis de serem previstos, e que geram um acréscimo do valor final do transporte de carga. 

Além das taxas acrescidas ao valor do frete já conhecidas pelos importadores, como a Capatazia, o Fator de Ajuste de Moeda (CAF), o Fator de Ajuste do Bunker (BAF), entre outras, existem as sobretaxas. 

Por exemplo, as sobretaxas de congestionamento, que são acrescidas ao valor do frete devido ao aumento do volume de carga e à redução da capacidade dos portos. Outro exemplo é a sobretaxa de combustível de inverno, comum em rotas que passam por regiões muito frias, para cobrir custos extras com um combustível especial que não congela em altas temperaturas. 

Quer entender mais sobre as taxas e sobretaxas do frete marítimo? Leia nosso artigo “Guia prático: taxas e sobretaxas do frete marítimo”. 

Outro fator que influencia no valor do transporte internacional é o “transit time”, o tempo de trânsito da carga desde o porto ou aeroporto de origem até sua chegada ao destino.  

O tipo de rota, impacta de forma direta no tempo de transito da mercadoria. Além disso, escolher uma rota direta ou com transbordo (processo de transferir mercadorias de um meio de transporte para outro durante o trajeto de entrega) pode ser uma decisão estratégica.  

Exemplo, escolher o primeiro porto ou aeroporto de escala para a importação evita que sua carga fique aguardando o navio ou avião por um longo período; mesmo que para isso precise que parte da rota seja feita por outro modal.  

Agora, outra estratégia para o transporte marítimo, é escolher armadores que façam o frete com menos escalas, rotas diretas geralmente tenham um custo mais elevados por serem mais rápidas e demandadas, entretanto o valor ainda não se compara com o embarque aéreo.  

Variações do mercado: em função de concorrência ou fatores distintos como a flutuação nos preços do combustível e a lei da oferta e demanda. Durante períodos de alta demanda, os preços do transporte internacional tendem a aumentar devido à maior competição por espaço em navios, aviões, caminhões ou trens.  

Fatores externos:  conflitos políticos, instabilidades ou sanções em certas regiões também podem influenciar as rotas de transporte e aumentar os riscos. Isso tende a elevar os custos devido à necessidade de rotas alternativas ou medidas de segurança adicionais.  

Mudanças em regulamentos, como leis ambientais mais rigorosas ou alterações em tarifas aduaneiras, também podem influenciar os custos de transporte internacional. 

Seguro de Transporte Internacional

O Seguro de Transporte Internacional é um serviço importante e recomendado para assegurar a segurança da sua carga.  

Ao contratar um seguro, é preciso analisar a natureza da carga, já que itens mais sensíveis ou de alto valor possuem riscos diferenciados que impactam diretamente no cálculo do prêmio.  

A definição do Incoterm utilizado na operação também é fundamental, pois indica o ponto de transferência de responsabilidade entre o vendedor e o comprador, influenciando quem deve contratar e pagar pelo seguro. Os Incoterms determinam até onde a cobertura deve se estender, seja até o porto de embarque ou até o destino final da mercadoria. 

Além disso, ao examinar uma proposta de seguro, é essencial entender quais riscos estão cobertos pela apólice. As cláusulas padronizadas da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) normalmente delineiam esses riscos, divididos em pacotes que podem variar em abrangência e preço. A escolha dos riscos que vão ser incluídos deve refletir os perigos mais prováveis que a carga enfrentará, ajustando o custo do seguro à exposição ao risco. 

As verbas seguradas são outro ponto de atenção na contratação do seguro. O valor declarado pode variar significativamente dependendo se inclui apenas o valor FOB da mercadoria, o custo do frete, impostos e outras despesas associadas à importação. Esta decisão afeta diretamente o prêmio pago, pois quanto maior o valor segurado, maior será o custo do seguro.  

Portanto, a apólice precisa refletir precisamente todos os valores em jogo para que, em caso de sinistro, a compensação cubra todas as despesas envolvidas e não apenas o valor da mercadoria. 

Finalmente, é recomendável contratar seguros com corretoras especializadas em vez de bancos ou seguradoras diretas. As corretoras tendem a oferecer um atendimento personalizado e geralmente são mais competitivas em termos de custos e coberturas oferecidas. 

Aliás, uma boa corretora deve proporcionar um suporte na gestão de sinistros, garantindo que, se necessário, o processo de indenização seja ágil e justo, permitindo que a empresa minimize interrupções e continue suas operações sem muitos prejuízos. 

Como o Conexos Cloud auxilia no monitoramento de carga?

São muitos aspectos que influenciam a eficiência do transporte internacional de uma carga, em vista disso buscar ter previsibilidade deve ser uma prioridade neste processo. 

 O profissional de comércio exterior que consegue se preparar e se adaptar para lidar todas essas variáveis garante não só que sua carga chegue ao seu destino, mas que ela seja utilizada para seu propósito o mais rápido possível. E é aí que o monitoramento eficiente se torna essencial.

Com o Conexos Cloud, você pode monitorar sua carga de forma precisa e confiável!

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Após o embarque, nosso sistema identifica a carga e monitora seu status em tempo real, integrando-se com sistemas governamentais como o Siscomex Carga e o Siscomex Mantra, além dos sites dos armadores.

Integrado ao Siscarga, o Conexos Cloud acompanha as cargas de embarque marítimo, monitora os Certificados de Embarque (CE) e registra todas as informações de transporte. Qualquer mudança é automaticamente atualizada, mantendo sua equipe informada por meio de alertas e e-mails, sem necessidade de intervenção humana.

Nosso sistema também analisa as escalas e rotas previstas para os navios até a chegada aos portos brasileiros, identificando baldeações, transbordos e possíveis atrasos!

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