Os servidores da Receita Federal realizaram uma paralisação de 24 horas na última semana, e já avaliam a possibilidade de uma nova greve, caso o governo não se manifeste em favor da instalação de uma mesa de negociação. A ampliação do movimento será discutida nos próximos dias, enquanto a categoria aguarda uma resposta oficial.
A mobilização ocorre após uma greve anterior, que durou mais de 80 dias e foi encerrada em fevereiro deste ano, quando os auditores-fiscais aceitaram uma proposta do governo federal, considerada “razoável” pelo Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal. Na ocasião, a categoria abriu mão de um reajuste nos salários básicos em 2024, aceitando apenas ajustes em benefícios como auxílio-alimentação, saúde e creche. No entanto, a reestruturação de carreiras, que deveria ser discutida em mesas de negociação específicas, ainda não foi abordada pelo governo.
Segundo Jackson Campos, especialista em comércio exterior, uma greve da Receita Federal afeta diretamente as operações nos portos e aeroportos, gerando atrasos na liberação de mercadorias e aumentando os custos logísticos. Esse cenário causa prejuízos para empresas exportadoras e importadoras, compromete prazos de entrega e contratos internacionais, e pode ter um impacto crescente sobre a economia quanto mais prolongada for a paralisação.