A vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas, acende alertas e oportunidades para o comércio exterior brasileiro. Trump, que retorna ao cargo com propostas de políticas protecionistas, promete elevar tarifas de importação, afetando principalmente produtos chineses, mas também impondo taxas entre 10% e 20% para outros parceiros comerciais.
Especialistas sugerem que setores brasileiros, como siderurgia e automotivo, poderão sentir os impactos dessa política, uma vez que produtos chineses podem buscar novos mercados, como o Brasil, em resposta às barreiras nos EUA. Verônica Winter, da Federação das Indústrias de Minas Gerais, aponta que o Brasil deve se preparar para proteger a indústria local e considerar uma diversificação de parcerias comerciais.
Apesar dos riscos, a volta de Trump ao poder também pode abrir novas portas. O Brasil pode explorar a demanda dos EUA por produtos da agroindústria e outros itens com baixa complexidade industrial, como materiais de construção e embalagens, conforme destaca Mario Scangarelli, CEO da Cisbra.
Trump também propôs medidas econômicas para fortalecer o dólar, o que poderia valorizar a moeda americana no longo prazo. Analistas, como Luiz Arthur Fioreze da Oryx Capital, preveem que a redução de gastos e impostos nos EUA incentivará o crescimento sustentável e manterá o dólar como uma moeda forte. Contudo, essa valorização pode ser acompanhada de uma inflação mais alta e um aperto na política monetária, com reflexos para o Brasil.
Assim, o Brasil poderá enfrentar desafios, mas também explorar oportunidades de expandir sua pauta exportadora, não apenas para os EUA, mas para novos mercados que possam surgir com o redirecionamento comercial imposto pela política protecionista norte-americana.